Como se sabe, Donald Trump está sendo vítima de uma ferrenha perseguição política por parte do setor principal da burguesia imperialista norte-americana.
Dentre os processos instaurados contra ele, está aquele em que o ex-presidente é acusado de tentar reverter (através da ocupação do Capitólio no dia 06 de janeiro de 2020) o resultado das eleições de 2019, que resultou na vitória controversa de Joe Biden.
No âmbito desse processo, decisão foi proferida pela juíza Tanya Chutkan nessa sexta-feira (11) em uma audiência, através da qual informou que irá impor limites ao que Trump pode falar e revelar em suas redes sociais e na imprensa, a respeito dos fatos concernentes ao processo.
Segundo a juíza, a defesa do ex-presidente “deve ocorrer nesse tribunal, e não na internet”. O que demonstra que o aparato de repressão da burguesia imperialista norte-americana sabe da popularidade Trump.
E, tendo em vista que sua popularidade só vem aumentando em decorrência da perseguição política que sofre, o imperialismo busca impedir que a população se informe do que está acontecendo. Afinal, quanto menos informações o povo tiver, mais fácil é de disfarçar a perseguição política como sendo um julgamento dentro da lei.
Ao fundamentar sua decisão, a juíza disse que Trump tem direito à liberdade de expressão, mas ele não é absoluto:
“O senhor Trump, como todos americanos, tem direito ao direito à liberdade de expressão, previsto na Primeira Emenda; mas esse direito não é absoluto. Em um processo criminal como o presente, o direito do réu à liberdade de expressão está limitado por regras”.
Ora, então ele não possui direito à liberdade de expressão. Opor limites aos direitos democráticos é anulá-los. Ou você dizer o que você pensa, ou não existe o direito. O ex-presidente dos EUA está sendo censurado abertamente.
Vê-se, então, que a posição da juíza está em consonância com a política do imperialismo em relação aos direitos democráticos. E qual política é esta? De ir desmantelando-os progressivamente, sob o pretexto de que direitos não são absolutos, e que a eles deveriam ser impostos limites. A questão é: quem tem o poder para limitar os direitos democráticos? São os trabalhadores, o povo? Não, é a burguesia imperialista. Em outras palavras, os ditadores que controlam o mundo.
No que diz respeito à liberdade de expressão, a burguesia e seus ideólogos dizem que propagam a ideia de que ela não é absoluta, devendo-lhe ser impostos limites. Atualmente, o principal pretexto utilizado para estabelecer os limites é o de que discurso de ódio não seria considerado como liberdade de expressão. Seria uma extrapolação do direito. E o que seria discurso de ódio? Qualquer coisa que a burguesia determinar que seja. Em outras palavras, os supostos limites configuram uma anulação do direito.
Mas e no caso de Trump, por que limitam sua liberdade de expressão nesse caso? Por que o censuram? Pois, o principal setor da burguesia imperialista quer impedir que a farsa de que os EUA é uma democracia desmorone. E as denúncias de Trump sobre as eleições de 2019 contribui para isto. Ademais, o imperialismo quer impedir eventual reeleição de Trump. Afinal, o ex-presidente não é um representante do principal setor do imperialismo norte-americano. Ele representa mais os interesses daquele setor da burguesia que é mais vinculado ao mercado interno dos EUA. E este setor é frequentemente prejudicado pela política imperialista.
Assim, uma segunda vitória de Trump seria prejudicial à ditadura mundial do imperialismo, assim como foi a primeira vitória.
Vê-se, portanto, que a conjuntura política dentro dos EUA caracteriza-se por grande instabilidade. O imperialismo, a fim de impedir que uma pessoa de grande popularidade vença as próximas eleições presidências, e prejudique seus interesses, vê-se diante da necessidade de cercear o direito de Trump à liberdade de expressão, o que não é apenas um ataque ao ex-presidente, mas a todos os cidadãos norte-americanos.
Contudo, apesar de toda a perseguição, de todo o esforço, a popularidade de Trump não está caindo. Pelo contrário, aumenta justamente em decorrência da perseguição que sofre, o que tende aprofundar a crise política nos Estados Unidos.