Nos dias 8 e 9 de agosto de 2023 acontece em Belém, a Cúpula da Amazônia, evento que reúne países amazônicos, a fim de se determinar uma política conjunta para o desenvolvimento da região e a preservação ambiental. Foi precedida por outro evento, chamado Diálogos Amazônicos, promovido pelo governo federal e que contou com a participação de inúmeras ONGs. Os resultados desse evento seriam apresentados por representantes dessas organizações aos chefes de Estado reunidos na cúpula.
Nesta terça (8), foi publicada a Declaração de Belém, na qual foram estabelecidos entre os “países que compõem a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OCTA) compromissos e prioridades para enfrentarem, em conjunto, o desafio da proteção integral da Amazônia, ao mesmo tempo em que atuam para combater a pobreza e as desigualdades e promover o desenvolvimento sustentável da região, de forma harmônica, integral e inclusive”.
Logo no mesmo dia, as ONGs ambientalistas se pronunciaram sobre a declaração, mostrando-se decepcionadas com seu conteúdo. A declaração foi assinada nessa quarta (9).
Antes mesmo de adentrar no conteúdo da declaração, cumpre frisar que a posição dessas ONGs, no geral, serve como uma pedra de toque, ou seja, um teste para determinar a natureza de determinado acontecimento político. Colocando em outras palavras, se tais organizações mostram-se frustradas com o que ficou decidido na Cúpula da Amazônia, certamente algo positivo deve ter resultado do evento.
É assim, pois já é notório que as organizações não-governamentais são um dos principais veículos do imperialismo para exercer sua ditadura mundial sobre os países oprimidos, até mesmo promovendo golpes de Estado, se necessário.
No caso específico das ONGs em atuação na Amazônia, sua política (a política imperialista) é fazer de tudo para impedir que o governo Lula (e quaisquer outros governos nacionalistas que possam surgir) explorem a riqueza natural existência debaixo do solo amazônico, em especial as riquezas minerais e o petróleo.
Essa política é posta em prática sob a máscara da defesa do meio-ambiente, da luta contra as “mudanças climáticas” e da pseudo-defesa identitária dos índios. Dela se deriva a loucura de que o Brasil não poderia explorar o petróleo e nem os minérios existentes na Amazônia, pois para isto seria necessário derrubar parte da floresta. E, segundo o imperialismo e suas ONGs, não se pode derrubar absolutamente nenhuma árvore da floresta amazônica, sob pena de causar danos irreversíveis para o planeta, e acelerar um suposto apocalipse ambiental decorrente das ditas “mudanças climáticas”.
Obviamente, é um cinismo, uma farsa por parte dos países imperialistas e seus agentes internos (as ONGs).
O imperialismo não liga para o meio ambiente; são os principais poluidores. Seus discursos em defesa de uma energia limpa, de uma transição energética, do fim do uso do petróleo, não passam de discursos vazios, o que ficou claramente demonstrado nesse último ano, com a guerra da Ucrânia. Diante da operação militar especial, medida necessária tomada pela Rússia para se defender do imperialismo, este aplicou incontáveis sanções ao país do leste europeu, fazendo cessar a exportação de gás e petróleo para os países imperialistas, em especial os da Europa.
A expectativa era gerar uma crise na Rússia, desestabilizar o governo e derrubá-lo. Contudo, o feitiço virou contra o feiticeiro, e as sanções ocasionaram uma crise energética na Europa. No inverno, países como a Alemanha tiveram de recorrer ao carvão (fonte energética mais poluidora que o petróleo) para viabilizar o aquecimento.
Se o imperialismo não liga para o meio ambiente, qual o sentido de sua política ambientalista? Impedir que os países oprimidos explorem seus recursos naturais e, com isto, impulsionem seu desenvolvimento econômico, aumentando sua independência face ao imperialismo. Paralelamente, ao impedir que tais recursos sejam explorados, os países imperialistas buscam deixá-los reservados para quando precisarem de usá-los.
Em suma, a política ambientalista serve para manter no atraso os países atrasados, e salvar o imperialismo e seus monopólios da falência.
Essa é a política dessas ONGs que querem ditar as regras na Amazônia.
Sabendo isto sobre as ONGs, o fato de elas terem ficado frustradas com resultado da Cúpula da Amazônia mostra que este (pelo menos em parte) foi positivo (no caso, contra os interesses do imperialismo).
Nesse sentido, o Observatório do Clima (ONG brasileira financiada pela Open Society Foundations) declarou que o resultado do encontro foi frustrante, pois “o texto não apresentou uma meta comum dos países para o desmatamento zero até 2030 e deixou de fora a discussão sobre a eliminação da exploração de combustíveis fósseis na região”.
Igualmente, a ONG suíça WWF (World Wildlife Fund) disse lamentar “que os países amazônicos não tenham chegado a um consenso para acabar com o desmatamento na região”.
È claro, não podia faltar a organização imperialista Greenpeace. Em sua nota, declarou:
“Fato é que o Brasil e os demais países perderam uma chance de colocar em prática ações que respondam à altura aos alertas da ciência: a queima de combustíveis fósseis é responsável pelo agravamento da crise climática e o caminho para impedir que a humanidade e o planeta sofram consequências ainda mais graves é, justamente, a redução dos combustíveis fósseis e uma transição energética justa.
[….]
Marcelo Laterman, porta-voz da frente de Oceanos do Greenpeace Brasil, critica a omissão por parte dos líderes da Pan-Amazônia e comenta que, se de fato o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deseja consolidar o país como uma liderança climática, ‘é imprescindível deixar a exploração de petróleo para trás’.
[…]
Estamos diante de uma realidade que não pode ser ignorada: com petróleo, o futuro da Amazônia está comprometido!”
A exata cartilha do imperialismo.
Assim, a insatisfação das organizações não-governamentais com a Cúpula da Amazônia mostra que o evento resultou (em certa extensão) em uma aproximação de tipo nacionalista entre os países amazônicos. Ou seja, um acordo que os coloca em conflito com o imperialismo.
Toda essa situação contribui para confirmar o que já vem sido denunciado há tempos: as ONGs são um braço do imperialismo. Sua presença na Amazônia, e no restante do território nacional, é meio caminho andado para que o Brasil seja completamente dominado (econômica, política e territorialmente) pelos Estados Unidos e a Europa Ocidental.
A notoriedade desse fato é tão gritante que até mesmo o presidente da Bolívia, Luis Arce, uma pessoa de esquerda muito direitista, denunciou na própria cúpula que os americanos e os europeus querem dominar a Amazônia, e que o fazem isto através das ONGs:
“É preocupante que a Europa tenha assumido a mesma posição, porém de forma diferente. Alguns querem controlar a Amazônia por meios militares, enquanto outros somente através das ONG’s. Não aceitamos formas encobertas de dominar a Amazônia”
Diante disto, é necessário sempre denunciar a atuação das ONGs imperialistas, desatando uma campanha massiva para que elas sejam expulsas do território nacional, afinal, sua única função aqui é roubar nossas riquezas e escravizar o povo brasileiro.