Nesse final de semana, Imran Khan, o líder político mais popular do Paquistão, foi detido após ser condenado a três anos de prisão em um caso de corrupção por um tribunal da capital Islamabad. Hoje (07), o partido do ex-primeiro-ministro afirmou estar preocupado com sua segurança na prisão, onde “sua vida está sob ameaça”.
“Nossa prioridade é a segurança de Khan. Temos motivos para acreditar que sua vida está sob ameaça e exorto os tribunais superiores do país a tomar conhecimento e esperamos que a justiça prevaleça”, disse Shah Mehmood Qureshi, ex-ministro das Relações Exteriores do Paquistão, à Al Jazeera.
Qureshi, que também é vice-presidente do partido de Khan, o Tehreek-e-Insaf (PTI), afirmou que ele não está autorizado a se encontrar com seus advogados nos últimos dois dias.
Trata-se da continuição à perseguição política engendrada pelo imperialismo contra Imran Khan que, durante seu termo como primeiro ministro, teve uma política de progressivo distanciamento do imperialismo, em direção a uma maior independência do Paquistão. Em suma, uma política de tipo nacionalista.
À época, em 2022, ele foi removido do cargo de primeiro-ministro através de um voto de não confiança. Foi um golpe sob a máscara da legalidade. Após sua remoção do cargo, a perseguição à sua pessoa continuo, haja vista que não só ele não se afastou da vida política, como tomou a iniciativa de convocar mobilizações populares por eleições antecipadas.
Desde então, ele vem sendo constantemente perseguido, de forma que em maio, de 2023, foi preso sob a acusação de corrupção, um expediente típico do imperialismo para perseguir líderes nacionalista e demais adversários políticos. Diante de sua prisão, o povo do Paquistão tomou as ruas. Não demorou muito para que o ex premiê fosse liberado.
Contudo, após sua libertação, a perseguição a ele, a seu partido e aos seus apoiadores se aprofundou com grande intensidade.
Agora, ele novamente foi preso, à mando do imperialismo, para impedi-lo de participar das eleições vindouras.
Sendo o político mais popular do país, tendo forte ligação com as massas, estas que não são meros eleitores passivos, caso ele viesse a se tornar chefe de governo novamente, a tendência é que iria dar continuidade à política nacionalista adotada no mandato anterior (talvez mesmo aprofundá-la).
Como o imperialismo não pode arcar com mais um líder nacionalista em um país oprimido, juízes determinaram novamente a prisão de Khan, sendo este caso mais um exemplo de como virou um dos principais modus operandi do imperialismo utilizar-se do Poder Judiciário para controlar os países oprimidos.