O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, candidato à presidência nas eleições deste ano, afirmou no último 31/06, que a Argentina não usaria as escassas reservas de dólares para pagar a dívida externa monstruosa com o Fundo Monetário Internacional. O país sul-americano realizou os pagamentos, conforme a reestruturação da dívida, com valores recolhidos por meio de acordos bilaterais e empréstimos em organismos internacionais.
No mesmo dia, a Argentina pagou os 2,7 bilhões da parcela da dívida, que vencia nesta data, por meio de um empréstimo junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina (Corporação Andina de Fomento, CAF) de US$ 1 bilhão. O restante foi quitado em yuans, por meio de swaps cambiais, fruto de um acordo bilateral com a China. No dia 04 de agosto o ministro anunciou um ovo acordo, desta vez com o Qatar. Um empréstimo de US$ 775 milhões ao governo argentino, na moeda de transações do fundo. Com a ajuda deste valor, a Argentina pagou o vencimento de juros do empréstimo do FMI.
A dívida da Argentina remonta ao governo do neoliberal Mauricio Macri, que em 2018 pegou US$ 57 bilhões junto ao fundo. Em 2019, Alberto Fernández interrompeu os repasses, mas já acumulava uma dívida de US$44 bilhões. Esse repasse é produto de uma reestruturação da dívida argentina com o fundo imperialista.
O FMI, ao conceder “empréstimos”, impõem ao país profundas transformações na política fiscal, determinando de fora boa parte política governamental do país. A crise econômica Argentina tem sua raiz na política do imperialismo. A inflação argentina chegou, em junho, a 115,6% e a taxa básica de juros, Leliq, imposta pela Banco Central da República Argentina (BRCA), chegou a 97% ao ano. A crise argentina é, portanto, produto do imperialismo.