Por meio de nota oficial divulgada nessa quarta-feira (02), o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) declarou que “não fará parte do governo PT”. A declaração foi feita em meio à pressão da burguesia para que Lula admita ainda mais elementos da direita em seus ministérios.
“O PSDB não fará parte do atual governo federal comandado pelo PT, em cargo nenhum e sob nenhum pretexto”, diz a nota.
Apesar de afirmar que “respeita o presidente Lula”, a sigla deixa claro que será oposição ao governo:
“O atual governo do PT não tem promovido ações consistentes de reconciliação nacional, talvez porque, em sua essência, não queira, não saiba ou não consiga fazê-lo. Esta é uma das muitas divergências que temos com o PT e o que ele representa.”
Vê-se como o cinismo e a falsificação da realidade são parte essenciais do modus operandi da burguesia e de seus políticos. O PSDB fala em reconciliação nacional, mas foi o partido que capitaneou uma campanha fascista contra o PT à época do golpe de 2016, soltando do canil uma classe média ultrarreacionária, o que acabou por resultar no surgimento do bolsonarismo.
Além disto, a declaração do principal partido do imperialismo no Brasil reforça a tendência da burguesia de sabotar de maneira generalizada o governo Lula. “Somos oposição. E continuaremos sendo”, termina o texto.
E, mesmo que o PSDB se recuse oficialmente a compor o governo, o fato é que ele já está infiltrado dentro do governo, sob a sigla do PSB, sendo o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da justiça Flávio Dino os principais infiltrados.
Resta claro, portanto, que Lula não conseguirá, com a atual situação política, aprovar os projetos que quer aprovar apenas por meio de manobras no Congresso. Acima de qualquer coisa, deve mobilizar a população para reverter a devastação do golpe, convocando a população às ruas contra a direita que está categoricamente sabotando o governo eleito pelo povo.