Após percorrer o país, centenas de índios do norte da Argentina chegaram à capital, Buenos Aires, na terça-feria (01), para protestar contra a reforma da Constituição da província de Jujuy, aprovada no final de junho.
Os manifestantes denunciam que o texto não foi consultado pela população e que ele acaba com o direito de protesto e ignora a voz dos índios da região sobre o uso das terras que habitam.
A reforma foi imposta pelo governador Gerardo Morales, da coalizão opositora e direitista Juntos por el Cambio
Apesar de o estopim das manifestações terem tido caráter econômico (reivindicações de professores e funcionários públicos por melhores salários), ela já sofreu uma mudança qualitativa, adquirindo um caráter político.
Por trás da reforma constitucional que acaba com o direito de protesto dos índios, está o interesse do imperialismo nas ricas reservas minerais, em especial o lítio, elemento químico fundamental para a indústria imperialista de alta tecnologia, inclusive a indústria armamentícia.
Assim, os índios argentinos estão trilhando o caminho certo, que é o caminho da mobilização popular. Esse caminho deve ser aprofundado, de forma a que as manifestações adquiram um caráter insurrecional e, quem sabe, revolucionário. Apenas assim será possível expulsar o imperialismo e seus representantes das terras argentinas.