O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, autor do livro Racismo Estrutural, emitiu uma das declarações mais hipócritas que já se viu após um massacre realizado pela Polícia Militar. A chacina em questão ocorreu – e, ao que tudo indica, ainda está ocorrendo – no Guarujá, litoral paulista. A cobertura “legal” da chacina é uma suposta operação contra o tráfico. No entanto, conforme denunciado pelos moradores, a “operação” é, na verdade, uma ação de vingança pela morte de um policial. Isto é, por causa de um policial baleado, que até agora ninguém sabe quem de fato baleou, a vida de dezenas de pessoas inocentes foi tirada.
Disse ele:
“Eu pedi hoje de manhã para que o ouvidor nacional dos Direitos Humanos entre em contato com as autoridades para que nós possamos entender o que de fato aconteceu”.
Isso mesmo! O ministro de Direitos Humanos, ao tomar ciência de que a polícia matou dezenas de pessoas, que mentiu ao dizer que não houve tortura (sendo que fotos já provaram que houve), que mentiu dizendo que uma das vítimas era “líder do PCC” e que disse que pretendia matar 60 pessoas, vai perguntar às autoridades o que aconteceu. Isto é, vai perguntar à… polícia! Ou, quem sabe, a Tarcisio de Freitas, o comandante-mor da polícia!
E as famílias das vítimas? Nada. E os moradores desesperados, que ligaram inúmeras vezes para a ouvidoria e foram ignorados? Nada. Quem vai dizer ao Ministério dos Direitos Humanos se houve tortura ou não serão as autoridades! Nossos parabéns a Silvio Almeida, realmente um antirracista implacável! Veremos quantos policiais irão parar na cadeia após o relatório produzido em parceria pelo ministro e pelo governador de São Paulo.
O caso só mostra a farsa total dos identitários no que diz respeito à luta do negro. Quando se trata de defender coisas fúteis e superficiais, emergem como os grandes defensores dos negros. Quando se trata de reprimir um pobre coitado ou de colocar mais gente na cadeia, Silvio Almeida fala grosso. Quando se trata de enfrentar a polícia, a maior inimiga do povo negro, a “coragem” some.