Uma ONG chamada Filhos da Luz é acusada de coagir mulheres a não realizar o procedimento de aborto mesmo nas hipóteses cabíveis e quando autorizado pela justiça. Segundo a denúncia da Defensoria Pública de São Paulo, que acionou a justiça com uma ação civil pública contra a entidade, pedindo que essa encerre suas atividades, a ONG atuava visando “impedir que mulheres e meninas, nas hipóteses legais, tenham acesso a tratamento de saúde adequado e indicado às suas situações”.
A ONG, que se autoproclama em “defesa da vida humana, sem exceções, fundamentada nos princípios da fraternidade e solidariedade cristã” é em realidade uma organização de extrema-direita, cuja função é impedir o exercício dos direitos reprodutivos, já reduzidos, das mulheres.
Conforme a denúncia, uma mulher de 45 anos foi coagida a não realizar o procedimento de aborto, um dia após a justiça autorizar o procedimento, causando sérios problemas psicológicos à vítima, que se encontrava em situação sensível. A vítima e o marido recorreram à fertilização in vitro, pois desejavam o filho, no entanto, o feto apresentou má-formação, colocando a vida da gestante em risco. Feito todo o acompanhamento médico, recorreram à justiça para exercer o direito de aborto seguro e legal.
Contudo, a ONG conseguiu os dados da vítima — sigilosos no processo — um dia após a autorização, em setembro do ano passado, e passaram a contactar sistematicamente a vítima por telefone e WhatsApp procurando coagi-la a não realizar o procedimento e até mesmo tentando culpa-lá e aterroriza-lá, numa tortura psicológica evidente. A vítima ficou abalada com a situação de coação perversa.
É preciso travar um duro combate contra a extrema-direita e a direita tradicional que querem restringir ainda mais os direitos das mulheres como meio de manter um controle mais efetivo do capital sobre metade da humanidade. Ir além, e defender um verdadeiro programa que realmente atenda às demandas das mulheres trabalhadoras e pobres do mundo, começando pela legalização do aborto. Aborto legal e seguro deve ser direito de todas as mulheres.