Política ambiental

Muito mais do que demagogia de ricos excêntricos?

A herdeira de Walt Disney protesta contra a emissão de gases poluentes pelos jatos particulares de seus colegas enquanto o mundo passa fome

A colunista do jornal Folha de S. Paulo, Giovana Madalosso, escreveu uma coluna em que presta homenagem à “herdeira da Disney que bloqueou a entrada de um aeroporto”. A coluna, publicada no último dia 30, conta sobre a situação em que Abigail Disney sentou-se na via de entrada do aeroporto de East Hampton. Sua intenção era bloquear a passagem de milionários que decolar com seus jatos particulares.

Madalosso nos conta que Abigail não estava sozinha, ela estava acompanhada de vários outros ativistas: “Eu vi a sua foto sentada no chão de cimento, os braços conectados aos dos seus colegas, criando uma barreira física”. Segundo a autora, a intenção da guerreira proprietária do Mickey Mouse seria protestar particularmente contra os jatos particulares, já que o meio de transporte aéreo é “um dos maiores emissores de CO2, um dos grandes responsáveis pelo aquecimento”. 

A autora considera que Abigail Disney seria um grande exemplo de ser humano com essa ação. Ao perguntarem para a neta do idealizador do Pato Donald “Por que você faz isso?”, ela respondeu “Estou apavorada com o futuro”, sentimento compartilhado pela autora da coluna: “Eu também estou, Abigail. E sei muito bem por que vocês escolheram protestar contra os jatos particulares. (…) Uma minúscula elite mundial, conhecida como os “super-ricos”, emite trinta vezes mais carbono do que seria aceitável para manter a temperatura global (…). Um voo de quatro horas de jatinho emite a quantidade de carbono que um cidadão normal emite em um ano inteiro. E você sabe disso, tanto que deixou de ser passageira”. 

A colunista continua, com a velha ladainha ambientalista de sempre, afirmando que o 3 de julho deste ano foi o dia mais quente já registrado no planeta e citando outros dados semelhantes, procurando dar aquela impressão de que o mundo está à beira do colapso. Ela faz um pouco de profecia, dizendo que “Incêndios, secas e desastres causados pela chuva serão cada vez mais intensos e frequentes, com consequências como queda na produção de alimentos, ondas migratórias e encolhimento do PIB”, muito embora não informe os dados que corroboram essas previsões.

Ela cita outros grandes ativistas do círculo dos ricos/milionários. Um exemplo é o caso do “avô” que interrompeu uma partida de tênis em Wimbledon “jogando confetes e peças de quebra-cabeça em campo para chamar a atenção para essa mesma crise”. Não se sabe muito bem de que forma o quebra-cabeça poderia contribuir com tal mensagem, mas está aí a ação do velho guerreiro. Também cita outro caso: “três jovens ativistas jogaram tinta amarela e preta em um jatinho em Ibiza”. O que simbolizam as cores amarela e preta, ninguém sabe. Mas os espectadores do resort  em Ibiza nunca irão esquecer a força daquele happening

Como se não bastasse o papelão prestado pela autora ao exaltar as esquisitices de gente rica que não tem o que fazer, ela finaliza agradecendo à srta. Disney: “Obrigada pelo esforço, Abigail. Obrigada por tentar esfregar os nossos olhos: até quando vamos deixar que poucos comprometam o futuro de muitos?”. Sem mencionar que esses milionários e bilionários fazem muito pior do que simplesmente emitir fumaça de jatinho particular na atmosfera. Alguns deles são responsáveis pelo esmagamento da economia de nações inteiras, jogando milhões de pessoas na miséria. Incluindo aí a própria “dona Disney”. 

Fica claro que o tal “ativismo ambiental” é um divertimento para bilionários que querem fazer demagogia e propaganda de sua suposta preocupação com o planeta. Não é por acaso que é algo que só empolga a classe média e os colunistas da Folha. Com isso, uma das maiores herdeiras do planeta, procurar “limpar a sua barra” e se sair como grande defensora das plantas para o resto do mundo. É absurdo.

No entanto, isso vai muito além. Toda a propaganda tem como finalidade criar um clima político para ações como a do Ibama que impediu a exploração do petróleo da Margem Equatorial pela Petrobras. O imperialismo se utiliza do suposto ambientalismo para manter os países atrasados do planeta na miséria. Enquanto isso, bobos da corte como a colunista da Folha aplaudem e exaltam os milionários que acreditam estar fazendo todo o mundo de trouxas. 

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