A campanha contra Marcio Pochmann, indicado de Lula para a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demonstrou de maneira escancarada que o tão festejado “combate às fake news” não passa de um engodo.
A totalidade da imprensa capitalista voltou, durante toda a semana, suas baterias contra o economista petista, desferindo não simplesmente críticas, mas calúnias, mentiras. Foi um festival das chamadas “fake news”.
Organizações Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo etc. recorreram a métodos sujos, vis, para desmoralizar e, se possível, fazer fracassar a indicação. A jornalista golpista Míriam Leitão, da Globo, acusou Pochmann de ser um verdadeiro ditador quando de sua presidência no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com demissão de pessoas que não pensavam ideologicamente como ele, e que ele realizou “Mudanças de critérios e metodologias para maquiar números”. Seguindo linha da empregada dos Marinho, toda a imprensa burguesa pintou Pochmann como um “inimigo dos números”, “um perigo para as estatísticas”, enfim, um falsificador de índices e estatísticas.
Provas, evidências, indícios de que isso aconteceu, não vimos sequer em uma linha das matérias e artigos que infestaram os jornalões da burguesia. Eles simplesmente jogaram a acusação, e pronto. Acusaram, caluniaram o economista, sem apresentar a mais remota prova de qualquer coisa. Exemplo melhor de “fake news” não há.
No entanto, o que se pode ver é que os bajulados “combatentes das fake news” (Xandão e e Cia.) sumiram. Nem sinal deles. Globo, Estadão e os demais monopólios da imprensa capitalista pintaram e bordaram, soltaram mentiras e mais mentiras contra o petista e… nada. Nem um pio dos sempre vigilantes “antifascistas”.
O episódio serviu como uma prova dos nove. Quando se trata da Globo e seus satélites, não existe “fake news”. O mais poderoso complexo de comunicação do país, com amplas ligações com o capital estrangeiro, em especial o norte-americano, pode mentir à vontade. O Poder Judiciário, tão valente quando se trata de reprimir a esquerda e os bolsonaristas de quinta categoria, pôs-se no seu lugar e ficou mudo.
A conclusão que deve tirar desse acontecimento é cristalina: não há verdadeiro combate às fake news. O que há é censura na internet. O “combate às fake news” não é senão uma operação para estabelecer a censura num terreno onde as forças de comunicação do grande capital monopolista não conseguiram monopolizar por completo. A Globo, maior produtora de “fake news” do país, continuará tendo carta branca para produzir “fake news”.