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Golpe do imperialismo no Peru

Em nome da democracia, Peru dá passos longos para uma ditadura

Nesta sexta-feira (28), a presidente do Peru, Dina Boluarte, solicitou uma “delegação de poderes” ao congresso por 120 dias para combater a "criminalidade"

Nesta sexta-feira (28), a presidente do Peru, Dina Boluarte, solicitou uma “delegação de poderes” ao congresso por 120 dias para combater a “criminalidade”. “(Estas são) medidas que o Peru precisa hoje para enfrentar, com mais força e eficiência, a delinquência e a criminalidade” – disse a presidenta em um discurso presidencial. Em meio a uma crise política gerada pela remoção do ex-presidente Pedro Castilho, que sofreu um golpe de estado com o apoio do congresso e das Forças Armadas peruanas. A população insatisfeita com o golpe foi às ruas, o que resultou uma repressão enorme por parte do novo governo contemplado pelos EUA, mais de 60 pessoas morreram nos protestos e incontáveis ficaram feridas. Em meio a esse contexto, fica claro que o pedido de poderes extraordinários visa conter essa crise política.

No mesmo dia em que foi solicitado poderes extraordinários, os manifestantes tentaram invadir o congresso do Peru, durante a comemoração do dia da Independência Peruana, onde Dina Boluarte discursava. Segundo informações do jornal La República, os peruanos se reuniram na Praça 2 de maio, em San Martín, para pedir a renúncia da presidenta golpista, o fechamento do congresso, a antecipação das eleições gerais e a instalação de nova Assembleia Constituinte. Os manifestantes entraram em conflito com a polícia que os reprimiu duramente com a utilização de balas de borracha, gás lacrimogêneo e uma violência brutal. Dando continuidade assim à política totalmente anti-democrática.

Em discurso cínico, Dina Boluarte colocou a culpa dos protestos em Pedro Castilho e pediu desculpas pelas mortes, como se fosse algo perdoável:
“a situação nacional levou rapidamente a uma grave convulsão social cujo objetivo, agora sem dúvida, é derrubar o novo governo e substituir” a democracia peruana “por uma ditadura”…. – continuou “Declaro novamente –e com muita dor– que o saldo de vítimas e feridos é um resultado lamentável que ninguém queria. É com profunda e dolorosa consternação que peço desculpas em nome do Estado”.

Culpar Castilho é um cinismo inacreditável, já que toda situação foi armada contra o governo, o intuito golpista foi provocado pelo congresso e as Forças Armados, a retórica democrática do autoritarismo contra a democracia é utilizado pela Dina Boluarte e toda pessoa vinculada ao imperialismo norte-americano, que é responsável por quase a totalidade das ditaduras implantadas na América Latina desde a Segunda Guerra Mundial. E continua financiando e implantando golpes ao redor do mundo, inclusive no próprio Peru, mesmo com toda propaganda em cima da atual presidenta, é impossível esconder todas as barbaridades cometidas contra a população do país.

A situação do Peru é importante para entender a situação geral da América Latina e uma importante lição para a esquerda-pequeno burguesa. Em primeiro lugar, é necessário entender a situação de polarização entre forças apoiadas pelo imperialismo contra um governante que leva uma política nacionalista. No caso do Peru, o Pedro Castilho sofreu um golpe “institucional”, a população que não foi convocada às vésperas ocupou as ruas para protestar após o golpe de estado acontecer. Em segundo lugar, é importante notar o vocabulário da direita que chama os manifestantes de criminosos, terroristas e todo tipo de alcunha dessa natureza.

A política desastrosa e repressiva do governo PT pode deixar a situação brasileira catastrófica em um eventual golpe, onde a população será combatida brutalmente pelas ditas “instituições democráticas”.

Uma questão interessante e curiosa, é que o atual governo foi celebrado pela imprensa imperialista internacional e nacional, utilizando a ideologia da moda, o identitárismo como desculpa. Não foi um golpe de estado apoiado pelo imperialismo norte-americano, foi a “primeira mulher a ser presidenta do Peru na história”. Isso mostra que essa política serve aos interesses mais nefastos nos dias de hoje, além de confundir todo debate no interior dos movimentos populares, camufla políticas criminosas.

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