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Continente em ebulição

Para o PIG, na África só há golpe quando desafia o imperialismo

A imprensa burguesa ignora a enorme quantidade de golpes imperialistas no continente africano, critica no entanto qualquer tentativa de governo nacionalista, como no caso o Níger

A imprensa golpista tem noticiado uma série de ‘golpes’ ocorridos na região subsaariana da África, chamada cinicamente pelo PIG de ‘Cinturão golpista’. Essa região envolve os seguintes países: Níger, Mali, Burkina Faso e Guiné. Essa região, Sahel, sofre há anos com a dominação dos países imperialistas, sobretudo a França, com maior presença. Porém, nos últimos anos, com a intensificação da crise do capitalismo em seu estado mais avançado, países como a Rússia e a China têm influenciado uma revolta nesses países. Os militares e as forças armadas expressam uma tendência progressista, ao assimilar a vontade popular e se insurgir contra os representantes do imperialismo. Todos esses países citados têm uma situação semelhante: são ricos em minérios e são brutalmente oprimidos pelos países ricos. No Níger, o exército depôs o capacho Mohamed Bazoum, que estava no poder desde 2021. No Mali, após uma série de crises políticas, o presidente Ibrahim Boubacar Keita foi deposto pelo coronel Assimi Goita, que diz ser um admirador do líder revolucionário Thomas Sankara, assassinado pelo imperialismo. Em Burquina Faso e Guiné, os líderes políticos subiram ao poder em processo semelhante e também são representantes das forças armadas, respectivamente: Ibrahim Traoré e Mamady Doumbouya.


O governante do Mali, Goita, assim como os outros, se apoia no presidente russo, Vladimir Putin, que auxilia concretamente através da atuação do grupo mercenário Batalhão Wagner, responsável por defender o país dos jihadistas e, consequentemente, rompe com a relação colonial entre Mali e França. Após o golpe de 2021, tornou ilegal a presença do exército francês em território nacional. Essas medidas foram retaliadas por meio de sanções econômicas e a imposição de uma política genocida de isolamento econômico. ‘A CEDEAO (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental) procedeu à imposição de sanções ao Mali, que foram expandidas para medidas punitivas coletivas, incluindo o fechamento de fronteiras, o corte da ajuda financeira e um embargo comercial ao país em janeiro de 2022, provocando protestos maciços’, destaca o Peoples Dispatch – Nesses protestos, é notável o apoio de um setor da população, além da presença de bandeiras da Rússia, ilustrando uma certa evolução política: eles sabem quem são os inimigos. ‘O movimento também foi condenado por organizações da sociedade civil, dado que o Mali importava 70% de suas necessidades alimentares e quase um terço de sua população depende de ajuda humanitária. As sanções foram parcialmente levantadas no ano passado depois que o governo interino de Mali apresentou um plano de transição com eleições legislativas programadas para o final de 2023, seguidas de eleições presidenciais em fevereiro de 2024’ (idem).


Ao romper com a política do imperialismo, o país é taxado pelo PIG automaticamente de autoritário, ditatorial e todo tipo de crítica. Já o presidente Emmanuel Macron, é tido como democrático mesmo após os protestos da população revoltada em seu país, utiliza a força policial para reprimir brutalmente seu próprio povo. Países da América Latina, como o Peru, sob o governo de Dina Boluarte, também exercem uma verdadeira ditadura e são tidos pela imprensa internacional e brasileira como uma democracia. Na própria África, os países europeus exploram todas as riquezas do continente em uma política verdadeiramente colonial. Porém, se beneficia o imperialismo, é uma democracia. Finalmente, esse é o critério para definir o que é ou não é uma democracia.

A imprensa imperialista se preocupa com a perda de influência no continente africano. Foi noticiado com muita preocupação a cúpula Rússia-África, onde os países se retiram da órbita do imperialismo. Está evidente uma acentuação do fenômeno da luta de classes no panorama internacional. A burguesia dos países africanos, parafraseando Leon Trotski, ‘uma burguesia semi-exploradora e semi-explorada’, entra em conflito com a burguesia dos países desenvolvidos através do nacionalismo. O que é chamado de golpe de estado precisa ser enxergado como um movimento de rebeldia contra a dominação imperialista, um grito de independência do povo africano e deve ser apoiado pela esquerda. Não pode haver uma política dita neutra, é preciso se colocar ao dos governos africanos, mesmo que tenha acendido por meio de golpes militares, que se posicionam contra a ditadura imperialista.

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