Na última sexta-feira (28), a imprensa burguesa buscou dar destaque as questões ambientais defendidas em carta de povos indígenas aos Três Poderes da República, a qual teria resultado do evento “O chamado do Raoni”. O documento, que exige até 9 de agosto, Dia Internacional dos Povos Indígenas, ações que reduzam os impactos das mudanças climáticas, teria sido assinado por 54 lideranças de diferentes povos que participaram de quatro dias de discussão na Terra Indígena Capoto Jarina, que fica na Aldeia Piaraçu, em São José do Xingu (a 932 km de Cuibá).
A questão ambiental é colocara de forma extremamente apocalíptica na carta:
“Nossos ancestrais há muitos anos vêm avisando que a saúde da terra não é responsabilidade só nossa, ela é responsabilidade de todos, se o céu cair, a terra incendiar e as águas subirem, todos nós iremos morrer. Não há dinheiro que compre outro planeta”.
Esse tipo de declaração vai de encontro aos depoimentos divulgados pelo jornal francês Courrier Internacional sobre o medo de índios da Guiana Francesa por conta do projeto de exploração de petróleo brasileiro e sugere um movimento orquestrada pelo imperialismo contra o desenvolvimento da economia nacional. O indígena Yves Tiouka, que vive na comuna de Awala Yalimapo, na Guiana Francesa, teria afirmado:
“Se acontecer um acidente com óleo e isso chegar aqui, a gente não vai ter o que comer. Aqui ninguém congela a comida, a gente sai para pescar todo dia e esse é nosso alimento”.
Tal declaração decorreu da polêmica que se criou em torno do projeto extração petróleo na foz do Amazonas, o qual foi embargado pelo IBAMA com apoio das ministras Marina Silva e Sônia Guajajara. A decisão meramente ideológica foi contestada através de nota da Petrobrás que destacou o domínio técnico e risco nulo de acidentes nesse tipo de atividade. Até mesmo a informação falsificada pelo Greenpeace sobre a existência de corais na região foi desmentida por um professor da UFPA.
O documento emitido aos Três Poderes da República pede respeito dos tratados internacionais e fim de uma série de atividades como garimpo em suas terras, escancarando a influência do imperialismo sobre o mesmo. Os países imperialistas realizado a defesa deste tipo de ação em todos os fóruns internacionais, não que haja qualquer preocupação com o meio ambiente. A exploração de petróleo na colônia francesa, onde o cínico Courrier Internacional buscou depoimentos contra a atividade brasileira na Amazônia, está a todo vapor.
O cacique Raoni Metuktire chegou a gravar um vídeo cobrando a presença de Lula no evento, o qual teria confirmado a participação, mas um procedimento médico o impediu. A conversa com o presidente seria para discutir o Marco Temporal, apesar do documento ser destinado aos Três Poderes da República, somente o comparecimento do Executivo é exigido. Além de tranformar a luta pela terra numa papagaida ambiental, sugere que Lula não tenha uma posição contra o Projeto de Lei aprovado.
A legislação climática que está sendo proposta, a atuação das ONGs e os identitários pagos pelo imperialismo servem como freio ao desenvolvimento de país atrasados. O imperialismo tem utilizado da suposta representatividade, como é o caso de Guajajara que se opõe a construção de hidrelétricas no país, para seus interesses econômicos. Neste sentido, cabe denunciar que o cacique Raoni foi recebido por Macron em Paris e também recebeu carta onde foi elogiado pelo Rei Charles III, grandes inimigos dos povos indígenas de todo o mundo
A carta finaliza com a seguinte questão:
“Quantos manifestos, cartas e protestos serão necessários para que vocês tomem uma atitude humana para proteger o planeta e as futuras gerações? Não estamos apenas falando da vida de nossos povos. Estamos também falando de suas vidas e de seus herdeiros. Vocês não se importam?”
A resposta a essa pergunta é muito simples, a garantia das gerações futuras de todos os povos indígenas depende da exploração das riquezas existentes nos territórios onde vivem. Depende também da luta pela expropriação dos latifundiários e o controle sobre a terras pelos que nela trabalham. A luta dos povos indígenas não pode ser confundida com a política do imperialismo, a defesa do meio ambiente não passa de uma fraude.