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Povo contra nazistas

01/08/1944: Levante de Varsóvia

O que garantiu a vitória contra o nazismo não foi a atuação do imperialismo dito civilizado, mas as insurreições revolucionárias do povos dos países ocupados pelo Nazismo

O Levante de Varsóvia foi uma luta armada que aconteceu na cidade de Varsóvia, capital da Polônia, durante a 2ª Guerra Mundial. Foi uma das maiores forças de resistência contra o exército invasor, uma verdadeira insurreição revolucionária do povo de um país ocupado pelo nazismo durante a 2ª Guerra Mundial. Cerca de 50 mil pessoas participaram do levante.

O levante começou pontualmente às 17 horas do dia 01/08/1944, chamada de hora “W”.  Ainda hoje na Varsóvia, neste mesmo horário do dia 1º de agosto, tocam as sirenes e os cidadãos fazem 1 minuto de silêncio em memória daqueles que lutaram no Levante.

A força de resistência polonesa na Varsóvia era composta de homens, mulheres e crianças. Era uma das maiores e a mais ativa força de resistência da Europa. Era um verdadeiro movimento que atuava com o desejo de libertar a Polônia. Sua forma de luta era de sabotar as operações alemãs e providenciar às forças aliadas com informações da inteligência. O general Bor-Komorowski era o comandante desta organização subterrânea.

O levante estava programado para coincidir com a retirada das forças alemãs da Polônia antes do avanço soviético. Mas ao se aproximar dos subúrbios a leste da cidade, o Exército Vermelho interrompeu temporariamente as operações de combate, permitindo que os alemães se reagrupassem e derrotassem a resistência polonesa e destruíssem a cidade em retaliação. A Revolta durou 63 dias com pouco apoio externo. Cerca de 16 mil membros da resistência polonesa foram mortos, e 6 mil gravemente feridos. Cerca de 200 mil civis foram mortos, principalmente em execuções em massa. Durante o combate, cerca de 25% de prédios da Varsóvia foram destruídas. Totalizando outros levantes e ataques alemãs, em janeiro de 1945 mais de 85% da cidade de Varsóvia estava destruída.

Cenário

Em Varsóvia estavam a serviço cerca de 12 mil soldados alemães. Mas entre eles, apenas mil homens eram de combate. A força nazista era menor em números, mas estava abastecido de considerável insumo bélico. Com o início do levante, apesar de forças de resistência polonesa serem maiores em número, não estavam fortemente armadas, conseguindo tomar apenas alguns postos, Adolf Hitler interpretou que o Exército Vermelho de Stálin não tinha intenção de auxiliar os poloneses, e ordenou a destruição total de Varsóvia. Porém, a resistência toma o armazém de mantimentos, dificultando a operação alemã. A resistência conseguiu acessar armas de fogo e roupas militares, e para evitar ser confundido com nazistas, colocou braçadeiras para se identificarem. Muitos civis juntaram à resistência, construindo barricadas. No dia 05/08/1944 chega à Varsóvia o comandante do SS Erich vom dem Bach-Zelewski, que reúne tropas e inicia o contra-ataque. A resistência polonesa, no entanto, estava com moral alto por ter reconquistado pontos importantes, e o ataque alemã não obteve resultado esperado. Outro fator de união dos poloneses era a existência da Brigada Kaminski entre a tropa nazista, que eram compostos de membros nacionalistas bielorrussos, ucranianos, russos e alguns poloneses. Isso aumentou ainda mais a união de resistência polonesa. A Brigada Kaminski foi um dos responsáveis pelos crimes bárbaros ocorridos na Varsóvia, como chacinas e estupros. Apesar de ter declarado lealdade aos nazistas, o líder da brigada foi executado após ser condenado na corte marcial acusado de crime de apropriação indevida de propriedade do Reich.

No dia 07/08/1944 a tropa alemã reconquistou alguns prédios públicos e libertou tropas que estavam no poder de resistência. Mas a força polonesa era resiliente. Em 19/08/1944 a resistência ocupou o prédio de telefonia, mantendo 120 soldados alemães como prisioneiros.

“Ajuda” externa

O exército vermelho estava do outro lado do rio Vistula, e se manteve no local.

A Inglaterra, para ajudar os aliados poloneses, enviou 200 lançamentos de suprimentos de baixo nível pelas forças aéreas. EUA, através da Operação Frantic, enviou um lançamento aéreo de suprimento de alto nível. E 80% desses lançamentos aterrissaram em áreas controladas pelos alemães.

Fim do levante

Apesar de toda resistência, a força polonesa não foi páreo diante de força bélica alemã, que estava municiada de tanques, lança-chamas e metralhadoras.

Cronologia:

1939: ocupação nazista da Varsóvia. Governo polonês se exila para Paris, depois para Londres.

1943: Exército Soviético inicia sua ofensiva contra nazistas para libertar a Polônia.

25/04/1943: Stálin rompe relação Polônia-URSS após ser denunciado pela Alemanha pela morte de oficiais poloneses no Massacre de Katyn. Stalin alegou ser propaganda alemã.

26/10/1943: Emissão de uma instrução do governo polonês em exílio, em que caso as relações diplomáticas com a URSS não fossem retomadas antes da entrada dos sovietes na Polônia, as forças do Exército Nacional permaneceriam no subterrâneo, aguardando novas decisões.

20/11/1943: Comandante do Exército da Pátria, Taduez Bór-Komorowski esboçou o seu próprio plano, a “Operação Tempestade”. Quando a forças soviéticas se aproximassem, as unidades locais do Exército da Pátria deveriam atacar as forças alemãs na retaguarda e cooperar com as unidades soviéticas quando possível. Embora existissem dúvidas sobre a necessidade militar de uma grande revolta, o general Bór-Komorowski foi autorizado pelo governo no exílio a proclamar uma revolta geral.

13/07/1944: ofensiva soviética cruzou a antiga fronteira polonesa.

20/07/1944: fracasso do plano para assassinar Adolf Hitler, através da “Operação Valquíria”. Os alemães da Varsóvia estavam fracos e visivelmente desmoralizados, mas receberam reforços no final de julho.

27/07/1944: o governador do distrito de Varsóvia solicitou que 100 mil poloneses trabalhassem em fortificações ao redor da cidade. O povo ignorou, e o comando do Exército Nacional ficou preocupado com as represálias. As forças soviéticas aproximaram da cidade, e através de transmissão de rádio incitaram o povo para pegar em armas.

31/07/1944: as forças poloneses marcaram a “hora-W (explosão)”, para início da revolta para as 17 h do dia seguinte. A decisão foi um erro de cálculo estratégico porque as forças de resistência estavam mal equipadas e não estavam prontas para uma série de ataques coordenados surpresa. Além disso, embora muitas unidades já estivessem mobilizadas e aguardando nos pontos de reunião em toda a cidade, era difícil esconder a mobilização de milhares de jovens homens e mulheres. Os combates começaram antes da “hora W”, notavelmente em Żoliborz, e em torno da Praça Dabrowski. Os alemães haviam antecipado a possibilidade de uma insurreição, embora não tivessem percebido seu tamanho ou força, e às 16h30 o governador Fischer colocou a guarnição alemã em alerta máximo. Naquela noite, a resistência capturou um importante arsenal alemão, a principal estação de correios e a central elétrica e o prédio da Prudential. No entanto, a Praça do Castelo, o distrito policial e o aeroporto permaneceram nas mãos dos alemães.

01/08/1944: às 17 h, inicia o Levante da Varsóvia, como parte de uma revolta nacional, a “Operação Tempestade”. O levante deveria durar apenas alguns dias, até a chegada do Exército Soviético à cidade.

03/08/1944: O chefe do governo polonês no exílio se reuniu com Stalin em Moscou e levantou as questões da libertação iminente de Varsóvia, o retorno ao poder do governo na Polônia, bem como as fronteiras orientais de Polônia, embora tenha recusado categoricamente a reconhecer a Linha Curzon como base para as negociações.

Comandante nazista Erich von dem Bach-Zelewski entrou na Varsóvia, reunindo a tropa.

05/08/1944: Sob o comando de Bach-Zekewski, começa o contra-ataque alemão.

07/08/1944: A tropa alemã reconquistou alguns prédios públicos e libertou tropas que estavam no poder de resistência. Mas a resistência polonesa era resiliente.

09 a 18/08/1944: Travaram-se batalhas em torno da Cidade Velha e da praça Bankowy, com ataques bem-sucedidas dos alemães e contra-ataques dos poloneses. As táticas alemãs dependiam do bombardeio por meio do uso de artilharia pesada e bombardeiros táticos, contra os quais os poloneses não conseguiam se defender com eficácia, pois não dispunham de armas de artilharia antiaérea. Mesmo os hospitais claramente marcados foram bombardeados por Stukas.

19/08/1944: Resistência polonesa ocupou o prédio de telefonia, mantendo 120 soldados alemães como prisioneiro.

07/09/1944: O general nazista Rohr propôs negociações, que Bór-Komorowski concordou em prosseguir no dia seguinte.

8 a 10/09/1944: cerca de 20 mil civis foram evacuados por acordo de ambos os lados, e Rohr reconheceu o direito de soldados da Resistência de serem tratados como combatentes militares.

14/09/1944: o lado leste do Rio Vistula, do outro lado da resistência polaca, foi tomada pela tropa polonesa que combatia sobre o comando soviético. 1200 soldados poloneses atravessaram o rio, mas eles não receberam o reforço do Exército Vermelho, apesar de base aérea soviética estar localizado a 5 minutos de voo.

02/10/1944: Rendição oficial da Resistência polonesa.

12/01/1945: Reinício de ataque do Exército Vermelho, ocupando a Varsóvia devastada.

Até 1950: Alguns sobreviventes da resistência fugiram para a floresta, sendo conhecidos como partizans anticomunistas da floresta. Atacava os membros do governo soviético.

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