Na edição de ontem (25) da Análise da 3ª, o presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, fez uma dura crítica ao “lado reacionário da política do PT” – isto é, o seu programa em relação à repressão estatal.
Antes da crítica, Pimenta destacou que a política do PT tem, contraditoriamente, um lado progressista, visto neste momento, sobretudo, na política internacional “quando o governo procura se enfrentar com o imperialismo, em particular o norte-americano”. Entre os aspectos positivos do governo, Rui destacou “quando Lula defende a Venezuela, quando defende a Nicarágua, quando defende Cuba contra a ofensiva do imperialismo, ou, quando, na política interna ele propõe
diminuir os juros, quando ele se colocou de imediato contra a realização de qualquer privatização”.
O alvo da crítica, no entanto, é o problema dos direitos democráticos. “A política do PT tende a ser uma política conservadora e reacionária, primeiro porque o PT e Lula confundem democracia, que deveria ser soberania popular, com as instituições reacionárias antidemocráticas do Estado capitalista brasileiro atrasado, dominado pelo imperialismo e dominado pelas oligarquias”. A “democracia” não pode ser entendida simplesmente como um regime em que há votação. Esse é o conceito normalmente empregado pelo imperialismo, que não respeita nenhuma eleição, justamente para atacar os seus adversários.
O caráter mais reacionário dessa confusão entre democracia e as instituições está justamente na ideia de que a polícia seria um sustentáculo da “democracia”. “É uma coisa escatológica”, disse Rui, “falar que a democracia é sustentada pela polícia”. Conforme lembrado pelo presidente do PCO, “a polícia brasileira é uma organização de tipo terrorista que semeia terror nas comunidades pobres do Brasil”.
O motivo do debate é o “pacote da democracia” elaborado pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, e aprovado pelo presidente Lula. O pacote foi apresentado na última sexta-feira (22).
As medidas repressivas que estão sendo apresentadas, incluindo as recentes declarações de Dino sobre o direito ao armamento, foram discutidas minuciosamente no programa. Além do tema da democracia, Rui Pimenta ainda discutiu outras polêmicas vigentes, como os elogios grotescos de setores da esquerda ao filme da Barbie, e temas de grande importância, como os 70 anos do assalto ao quartel Moncada.
Para ficar por dentro de toda a discussão, assista ao programa Análise da 3ª: