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Imperialismo acima de tudo

Até identitário negro está defendendo a boneca loira

Defesa ridícula da esquerda do filme da Barbie mostra que a propaganda imperialista é capaz de realizar grandes feitos

Incrível experiência estamos tendo com a mais nova onda comercial de Hollywood, o filme da Barbie. Incrível porque ele realçou a já constatada falta de personalidade da esquerda pequeno-burguesa.

Bastou o imperialismo dar o sinal para transformar radicais esquerdistas, defensores de todos os oprimidos, em defensores da Barbie e da cor rosa.

Um colunista do portal Brasil 247, Ricardo Nêggo Tom, conhecido por sua defesa identitária – sempre estapafúrdia – dos negros. Ele que defendeu em mais de uma coluna a punição exemplar contra fascistas e racistas, ele que acusa quem pensa diferente de “estar a serviço da branquitude” agora deu para defender um símbolo da mulher objeto, fútil, branca, loirinha norte-americana.

Que nos desculpe o colunista, mas sua coluna em defesa da Barbie revela que tudo o que escreveu até agora defendendo as mais absurdas atrocidades repressivas em nome de uma “defesa dos oprimidos” era puramente uma posição de ocasião. Sua defesa não é a favor dos oprimidos, sua defesa é a favor das ideias e da ideologia vigente.

Por isso Ricardo Nêggo Tom defende a Barbie. O marketing do cinema hollywoodiano deu o sinal, pintou de rosa os vagões, faz muita propaganda nos jornais, inundou as redes sociais, inventou a história de que o filme era empoderado e convenceu a esquerda a ser uma das principais garotas propagandas do filma. Uma vergonha! Em sua coluna, chamada “Barbie, a boneca feminista e diabólica”, Nêggo Tom diz:

“O diabo, digo, o alvo da vez, é a personagem Barbie, uma boneca de 64 anos de idade que, ao contrário de muitas e muitos de sua idade, está se desconstruindo de preconceitos e de alguns ‘valores’ que historicamente contribuíram apenas para o sofrimento daqueles considerados fora do padrão de normalidade e de aceitação. Eu não assisti ao filme, mas se tem crente fundamentalista achando ruim, é porque o filme deve ser bom.”

O imperialismo convenceu o colunista de que a boneca está “se desconstruindo” e ele nem percebe que está justamente aí a principal jogada de marketing do filme.

Ele acredita que o filme seria empoderado, que vai contra os valores conservadores. Quem disse isso para ele? A propaganda.

Mas a acreditar num absurdo desses, acreditar na mera propaganda comercial para fazer render a bilheteria do filme, nem é o mais grave. O mais grave considerar positivo uma ideia divulgada pelo filme.

Vamos fazer papel de otários e acreditar que a Barbie do filme é uma feminista que “se desconstruiu”. A pergunta que se deveria fazer é quem está “desconstruindo” a Barbie e com qual interesse. Basta pensar um pouco e vamos descobrir que é o imperialismo.

A classe dominante, mais poderosa, genocida, exploradora, pode transformar alguma coisa em progressista? É claro que não. Só mesmo uma esquerda sem nenhum senso crítico poderia acreditar nisso.

Em sua coluna, Nêggo Tom parece ter um problema pessoal, bem íntimo com os evangélicos. Chega ao limite de insinuar que eles deveriam se matar. Ele tem todo o direito de destratar as pessoas ou um grupo de pessoas. Mas o que chama a atenção é o desprezo que ele faz questão de mostrar ter pela ignorância dos evangélicos que estão dizendo que a Barbie é do Diabo.

Não sabemos se é do Diabo, mas alguma magia a boneca tem, já que conseguiu fazer um colunista que se apresenta como anti-racista defender uma personagem loirinha.

O que a esquerda como Nêggo Tom não entendeu é que não importa se rosa, se negro, se arco-íris, a Barbie sempre será a Barbie, símbolo da futilidade, da mulher objeto, da propaganda de valores reacionários. Ele se engana quando diz que sua posição sobre o filme deve ser guiada pelo princípio “se tem crente fundamentalista achando ruim, é porque o filme deve ser bom” justamente porque os “crentes fundamentalistas” aqui são tão vítimas da manipulação quanto ele.

Ambos, cada um à sua maneira e reagindo à sua maneira, acreditaram na propaganda feita pelo imperialismo da nova Barbie empoderada, feminista e diabólica.

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