Nesta segunda (24), Lula se reuniu com a com a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, e o administrador da Nasa Bill Nelson, no Palácio do Planalto.
A embaixadora já tinha sido recebida, na semana passada, pela Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, do PCdoB.
Na reunião de ontem, discutiram-se questões referentes à cooperação espacial entre o Brasil e os EUA, sobre a “importância” da NASA para o desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil e, como não poderia deixar de faltar, sobre o meio ambiente, em especial a Amazônia.
Segundo informações da imprensa burguesa, Bill Nelson teria dito que o governo norte-americano oferecera ao Brasil o uso de três novos satélites, com suposta finalidade de fornecer informações mais detalhadas sobre o desmatamento na Amazônia – isto é, espionar a região.
Em outras palavras, os emissários do imperialismo reuniram-se com Lula para pressioná-lo a ceder os aspectos nacionalistas de seu programa, em especial no que diz respeito à Amazônia e, consequentemente, a exploração dos recursos naturais com vistas ao desenvolvimento do Brasil.
Não coincidentemente, os jornais da imprensa burguesa brasileira, que nada mais são que porta vozes do interesse do imperialismo no Brasil, vêm progressivamente intensificando a campanha ambientalista ao longo das últimas semanas.
Por exemplo, o Estadão publicou editorial defendendo que a Amazônia seja voltada para a geração de créditos de carbono, e que essa atividade teria um enorme retorno econômico para o Brasil. E qual seria o retorno, segundo o jornal golpista? Cerca de US$50 bilhões até 2030. E, pasmem, apenas “boa parte” desse ganho poderia ficar com o Brasil, desde que a “a manutenção das florestas em pé seja elevada à condição de prioridade nacional”.
Uma mixaria se comparado com o proveito econômico que poderia render ao País em decorrência da exploração dos recursos naturais existentes na região, sejam eles biológicos (da flora Amazônica podem ser retiradas muitas substâncias úteis à produção de fármacos), mineiras e, é claro, os recursos energéticos, tanto o hídrico, mas, em especial, o fóssil (petróleo).
O que está acontecendo, em suma, é que o imperialismo segue a todo vapor em sua política ambientalista. Não apenas na imprensa nacional, mas na própria imprensa imperialista veem-se rotineiramente matérias noticiando catástrofes naturais, pintando-as como produto das mudanças climáticas, estas, por sua vez, decorrentes do uso de combustíveis fósseis. Editoriais e matérias opinativas buscam estimular uma defesa da tal transição energética.
Contudo, essas causas nobres da preservação do meio-ambiente, da redução da poluição, da luta contra o aquecimento global (hoje o termo preferido é “mudanças climáticas”) são apenas uma máscara para os reais interesses do imperialismo.
Conforme já explicado por esse Diário, a política ambientalista do imperialismo possui a finalidade de obstaculizar o desenvolvimento econômico dos países oprimidos pelos imperialistas.
Através dela, Estados Unidos e Europa Ocidental fomentam a política de que as florestas precisam ser deixadas em pé, e que a utilização de combustíveis fósseis deve ser abandonada. Uma política cínica, afinal são esses países os mais emissores de poluentes na atmosfera, tendo inclusive devastado praticamente toda a vegetação natural dos respectivos países.
Fatos como esse deixam claro que as diretivas do imperialismo é que “desmatamento zero” e a “transição enérgica” devem ser implementados somente pelos países atrasados.
Tais políticas são duas faces de uma mesma moeda. Através da imposição delas, o imperialismo busca impedir que países de capitalismo atrasado como o Brasil possam explorar os recursos naturais decorrentes da própria floresta Amazônica, e os recursos minerais energéticos que existem debaixo do solo.
Por óbvio, para que tais forças produtivas sejam utilizadas, é necessário que parte da floresta seja desmatada. Sem isto, não é possível ao Brasil usufruir de seus recursos naturais. Sem poder utilizá-los, não é possível que o governo reindustrialize o país. Não havendo a industrialização, é impossível o desenvolvimento econômico da nação. Por conseguinte, o povo fica destinado a viver na miséria.
A pretexto de defender o meio ambiente, o imperialismo impede que os recursos naturais existentes no Brasil (e em demais países oprimidos) sejam explorados em favor de seu desenvolvimento econômico. Curiosamente, a política imperialista para impedir a exploração dos recursos naturais vale apenas para nós. Quando as condições estiverem dadas, o imperialismo irá realizar uma exploração completamente desenfreada, e o proveito econômico disto irá para o bolso dos grandes capitalistas estrangeiros, deixando o povo brasileiro a ver navios.
Resumindo, o imperialismo quer que o Brasil preserve a Amazônia para que os EUA e a Europa possam explorá-la quando tiverem condições de passar por cima do governo e do povo brasileiro. E isto é feito dada à crise energética que vem assolando os países imperialistas, em especial após as sanções aplicadas contra a Rússia, mas também devido ao fato de que a ditadura do imperialismo vem perdendo controle sobre o Oriente Médio. Sem poder saquear os petróleo e recursos minerais dos países atrasados, os países imperialistas tendem ao colapso. Não é por nada que a questão ambiental já foi erigida à categoria de segurança nacional nos EUA.
Nesse sentido, a operação política para saquear os recursos naturais brasileiros já foi desatada e, a cada dia que passa, o imperialismo busca avançar seu domínio sobre o território nacional, em especial a Amazônia. Milhares de ONGs financiadas pelos EUA e Europa existem no norte do País. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, é notoriamente financiada pelo imperialista George Soros. Não é à toa que ela determinou ao IBAMA que negasse à Petrobrás a licença para perfurações na Bacia da Foz do Amazonas. No que diz respeito aos membros do governo, ela é o principal cavalo de Tróia a serviço do imperialismo para barrar a exploração do petróleo nacional. E, a fim de cercar mais ainda o Brasil, a mesma operação já foi desatada nos demais países amazônicos, todos conduzidos por governos capituladores perante os imperialismo (salvo Venezuela).
Diante disto, é preciso que todas as organizações dos trabalhadores, da cidade e do campo, e todos aqueles que estão genuinamente preocupados com a questão da industrialização e do desenvolvimento do país, organizem uma campanha contra a presença dos Estados Unidos e do imperialismo europeu no Brasil, contra suas ONGs e seus infiltrados no governo, e em prol da exploração do petróleo e demais recursos naturais, a fim de que o país possa ser reindustrializado, e população ser tirada da miséria.