Esquerda filoimperialista

PSTU reafirma seu golpismo em editorial

PSTU cumpre sua tradição e já se credencia para participar de novo golpe sob comando do imperialismo. O único problema será encontrar uma nova desculpa

Fora todos eles

Editorial do PSTU, “É preciso construir uma oposição de esquerda e socialista ao governo Lula”, publicado no 21 de julho em seu sítio, reforça a política golpista desse partido. Em 2016 não foi diferente, o governo Dilma foi atacado tanto pelo direita quanto por esses setores filoimperialistas da esquerda.

O PSTU não vê diferença entre os governos no PT e os partidos burgueses, faltaria a eles fazer uma comparação básica entre os governos Lula e Dilma com o governo de Temer que eles ajudaram a subir ao poder e ao de Bolsonaro, que eles mal combateram. O roubo da Previdência, o ataque brutal aos sindicatos e aos direitos trabalhistas, a entrega da Eletrobrás, a “independência” do Banco Central, nada disso teria acontecido em um governo petista, por mais que os possamos criticar.

Logo no primeiro parágrafo lemos o seguinte: “O governo Lula vem aprovando medidas que atendem aos interesses da burguesia e dos grandes grupos capitalistas. O Arcabouço Fiscal já está quase aprovado e vai retirar verbas da Educação e da Saúde, para garantir a remuneração dos banqueiros”. Ora, o tal Arcabouço Fiscal é uma medida tímida do governo para tentar driblar minimamente o Teto de Gastos imposto pelo governo golpista que o PSTU ajudou a colocar no poder.

Governo fraco

Qualquer um pode ver que Lula não consegue se mexer, pois não tem força no Congresso ou no Senado. Pouco tem feito nas áreas sociais, mas não se pode dizer que esteja agindo para, por exemplo, “aprofundar a injustiça tributária”.

O PSTU reclama que o governo vem dando subsídios e incentivos fiscais para empresas e que isso é “evidentemente com dinheiro público”. Sim, o governo Lula não é um governo socialista e nunca se propôs a sê-lo. Os incentivos fiscais visam movimentar minimamente a economia.

A matéria reclama que “no ano de 2019, de toda a exportação do agro, foram pagos apenas R$ 16 mil em impostos”. Portanto, foi durante o governo Bolsonaro, colocado assim, tem-se a impressão de que se trata do atual governo. Por outro lado, o não pagamento de impostos nos dividendos, por exemplo, é uma questão que se arrasta no Brasil e mudar isso só será possível com um governo de esquerda e com amplo apoio popular.

A falta da base popular é um dos elementos que enfraquece o governo Lula. Aqui, vale ressaltar, é preciso lembrar que batemos nessa tecla desde o início da campanha presidencial. A chapa de Lula foi sistematicamente boicotada pelos “aliados”. Os comícios em que Lula participou eram todos cercados de todo tipo de cuidado para manter longe a população, exatamente o oposto do que fazia Bolsonaro, que subia rapidamente na preferência do eleitorado enquanto Lula caía.

Precisou chegar muito perto da eleição para o próprio Lula dar um basta nos cercadinhos e ir para as ruas e ir ao encontro do povo. Não fosse isso e não teria sido eleito. Além do erro na campanha, Bolsonaro distribui dinheiro com a PEC da Reeleição que, apesar de ser inconstitucional, não foi bloqueada pelo STF.

O resultado disso foi uma eleição apertadíssima. Lula foi eleito em uma condição completamente favorável para a direita, que hoje domina o Congresso.

Escondendo a mão

O PSTU ajudou a derrubar Dilma Rousseff e agora finge que não tem nada a ver com isso. Na hora de fazer cobranças, no entanto, é rápido no gatilho, diz que o governo Lula nada tem feito para “reverter as privatizações feitas por Bolsonaro, ou revogar as reformas Trabalhista e da Previdência de Temer”.

E acrescentam: “Os defensores do governo dizem que ele está fazendo tudo que pode, dada as condições no Congresso. Mas não é verdade. Afinal, não é que o governo esteja apresentando medidas de interesses dos trabalhadores e o Congresso Nacional as esteja barrando”. O que mostra que o PSTU não tem tato político, diferentemente de Lula, que quase nada tem apresentado ao Congresso, pois sabe que será derrotado se for algo que interfira demais com os interesses da burguesia. Uma sucessão de derrotas enfraquecerá ainda mais um governo que já anda bastante debilitado.

O PSTU não consegue, ou finge, não enxergar o porquê de Lula estar entregando cada vez mais cargos para o Centrão. E afirmam que “ao se aliar à direita e fazer um governo da burguesia, Lula e o PT, ao contrário de enfrentar o bolsonarismo e a ultradireita, estão dando munição para eles”.

No plano internacional

Embora o PSTU acuse Lula de estar dando munição para a ultradireita, esse partido apoia o governo nazista de Zelensky. Há um completo alinhamento com os interesses do imperialismo. O PSTU é a favor de mandar munição para a Ucrânia, exatamente o que Lula se negou a fazer e por isso foi duramente criticado por Washington.

A política externa de Lula, onde tem mais liberdade para agir e não depende do Congresso para agir, mostra que faz o oposto daquilo que o imperialismo deseja.

Lula pede o fim da guerra, defendeu Maduro e a Venezuela, e a Nicarágua. Criticou a prisão de Julian Assange, tem encorajado os países a comercializarem por fora do dólar, tem agido para fortalecer o BRICS.

Novo golpe

O imperialismo já está preparando um novo golpe contra o PT e, para surpresa de ninguém, o PTSU estará de novo do lado dos golpistas. Por isso diz que “Não se pode ter uma política de esquerda coerente se ela é omissa quanto ao governo de plantão, pois este mesmíssimo governo é o principal garantidor e implementador das vontades da burguesia”.

A ‘diferença’ do posicionamento do PSTU para aquilo que fizeram em 2016, é que já não conseguirão dar o golpe da mesma maneira, precisam arranjar uma nova desculpa: a extrema-direita. Por isso escrevem que “Muitos companheiros e companheiras têm discordado da nossa avaliação, dizendo que estamos focando muito no governo Lula e nos esquecendo da luta contra a ultradireita”.

Desmascaramos o PSTU durante o golpe. Seu apoio ao imperialismo abriu uma crise no partido que fez com que quadros oportunistas, que estavam ali desde sua fundação, deixassem o partido e fossem procurar abrigo, por exemplo, no PSOL.

O truque fajuto do PSTU é tentar igualar o PT ao bolsonarismo, como vinha fazendo a imprensa golpista: “Vivemos uma situação no país na qual parece que só existe a situação (apoio ao governo) ou a oposição (direita bolsonarista). O problema é que esses dois setores têm projetos capitalistas e em defesa de setores da burguesia”.

Para mascarar seu golpismo, o PSTU recorre ao socialismo, como se vê no seguinte trecho: “Ser oposição de esquerda e socialista, hoje, é preparar os trabalhadores para construir um projeto de país que, de fato, atenda às necessidades da classe operária”.

Embora prometa preparar os trabalhadores para construir um ‘projeto de país’, em 2016, logo após o golpe, o PSTU saiu das ruas, se deu por satisfeito, não continuou a ‘luta’ pelo “fora todos”, a saída de Dilma para eles foi o suficiente, para não dizermos que era o objetivo.

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