Logo após iniciar seu terceiro mandato, o presidente Lula começou a articular a chamada Cúpula da Amazônia, cuja realização foi confirmada em abril.
Organizada através da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), o evento foi marcado para os dias 08 e 09 de agosto, em Belém – PA, tendo por objetivo de reunir os países amazônicos para a elaboração conjunta de uma política regional para a Amazônia.
Participarão da cúpula todos os países cujos territórios abrangem a floresta amazônica, quais sejam, Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname, países que também são membros da OTCA.
Enquanto esteve em Bruxelas, participando da III Cúpula Celac – UE, Lula informou que a República do Congo, a República Democrática do Congo e a Indonésia também participarão do encontro, haja vista possuírem grandes florestas tropicais em seus territórios.
Seria uma reunião apenas de países oprimidos pelo imperialismo, não fosse o fato de que a França fora convidada a participar, por ser a metrópole de sua colônia, a Guiana Francesa.
Não deveria participar, afinal, a floresta amazônica não está em seu território, e o fato de a Guiana Francesa continuar sendo uma colônia é uma situação anacrônica. Emmanuel Macron e a burguesia francesa não deveriam se intrometer. Ou seja, haverá um representante oficial do imperialismo na reunião.
Contudo, é apenas um chefe de Estado de um dos países imperialistas em uma reunião que estarão presentes chefes de Estados de doze países oprimidos. Apesar da força do imperialismo, acaba sendo uma situação desfavorável para que sua política ambientalista seja imposta sobre a Amazônia.
Assim, os Estados Unidos e a Europa Ocidental ordenaram aos seus agentes que se infiltrassem na reunião.
Em carta aberta endereçada aos governos do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, mais de 140 ONGs formalizaram pedido no final de junho, requerendo aos governos do a sua participação na Cúpula da Amazônia.
Também no final de julho, pedido específico de participação na cúpula foi feita por dezenas de ONGs que dizem representar os interesses dos índios.
Dentre as ONGs que dizem defender os índios, estão as conhecidas APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) e COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasil), sendo essa última integrada à primeira. Ambas são abertamente financiadas pelo imperialismo. Para verificar isto, basta uma rápida visita ao sítio eletrônico da COIAB. Nele é possível verificar que a ONGs tem como parceiros, dentre outros, a Ford Foundation (notória fachada da CIA), o Greenpeace e a Embaixada da Noruega.
Quanto às outras ONGs que requereram sua participação na cúpula, temos a WWF (World Wide Fund for Nature) – uma ONG suíça; a americana Amazon Watch; a Oxfam – uma ONG britânica; a Conectas Direitos Humanos – ONG brasileira que recebeu, em 2021, mais de R$2 milhões da Open Society Foundations em 2021.
Em outras palavras, tendo em vista que apenas um chefe de Estados imperialistas estará presente como participante, o imperialismo se utiliza das ONGs para infiltrar a com sua política ambientalista, contrária ao desenvolvimento nacional dos países oprimidos.
Até o presente momento, a OTCA não se comprometeu a ampliar a participação na cúpula.
Contudo, irá promover, entre os dias 04 e 06 de agosto, o evento Diálogos Amazônicos, através do qual permitirá a participação de entidades da sociedade civil, dentre as quais estão as ONGs. No evento, pautas serão debatidas, e um comitê paritário de membros do governo e dessas entidades da sociedade civil irá apresentar os resultados durante a cúpula.
É possível que estejam presentes entidades que realmente representam os interesses do povo brasileiro e da população local. Contudo, o evento tende a ser dominado pela política do imperialismo, tendo em vista a quantidade de organizações não governamentais que estarão presentes, organizações estas cujos recursos superam de longe os de qualquer organização verdadeiramente popular, afinal, provém direito dos países imperialistas.
Dessa forma, o evento Diálogos Amazônicos, que precede a Cúpula da Amazônia, será um mecanismo para que o imperialismo imponha sua política ambientalista sobre os países oprimidos participantes da cúpula.
É uma situação absurda. Contudo, não é um raio em céu azul. Há muitos anos parte do território amazônico é controlado pelo imperialismo através das ONGs. Conforme dados levantados pelo IPEA, há mais de 55 mil organizações da sociedade civil presentes no norte do país, ou seja, no território amazônico. É seguro dizer que grande parte delas recebe financiamento do imperialismo.
Conforme denúncia feita pelo ex-ministro da defesa Aldo Rebelo, durante depoimento na CPI das ONGs, o imperialismo estabeleceu, através da presença dessas organizações, um Estado paralelo no território da floresta amazônica. Por meio dele, o Estado brasileiro é impedido de promover o desenvolvimento econômico da região, de forma que a população local, em especial os índios que habitam a floresta sejam mantidos em condições precárias, de miserabilidade.
Para que o imperialismo obstaculize o desenvolvimento econômico do Brasil, ele municia a maioria dessas ONGs com as políticas do identitarismo e do ambientalismo.
Através da política identitária, é montada uma propaganda de defesa dos índios, de sua cultura e modo de vida. O índio seria um ser puro, o “bom selvagem”; que seu modo de vida seria viver simplesmente da caça, da pesca e de um extrativismo primitivo; que sua cultura seria autossuficiente, que os milhares de anos de desenvolvimento cultura nada teria a beneficiá-los. Assim, conseguem fazer passar como algo positivo a situação de miserabilidade em que vive a maior parte dos índios brasileiros. A manutenção dessa vida miserável e precária serve para que o imperialismo tenha meios de chantagear os governos dos países oprimidos, através de uma propaganda voltada em especial às classes médias.
Já através da política do ambientalismo, cria-se uma histeria de que o mundo à beira de um apocalipse, que seria causado pelo aquecimento global, pelas mudanças climáticas, as quais seriam causadas pela atividade industrial do ser humano. Assim, o expediente é utilizado pelo imperialismo para impedir os países oprimidos de se desenvolverem economicamente, através da exploração de suas riquezas naturais, sejam elas minérios, sem fontes energéticas como o petróleo e até mesmo o potencial hídrico.
O imperialismo potencializa o efeito dessas políticas utilizando-as de forma conjunta, propagandeando, por exemplo, que a exploração das riquezas naturais também acabaria com as terras ancestrais dos índios e com seu modo de vida.
Mas não são apenas ONGs identitárias e ambientalistas que atuam na Amazônia. Há também as organizações missionárias aquelas que levam o evangelho aos indígenas. Chama atenção a “Asas do Socorro”, do americano Andrew Tonkin e Ethnos360, também americana, que atua em conjunto com Missão Novas Tribos do Brasil, conforme denúncia feita no sítio Le Monde Brasil.
Embora essas ONGs missionárias não pareçam ser a maioria, é igualmente necessário combatê-las, afinal o imperialismo também se utiliza da religião a fim de desestabilizar governos de países oprimidos.
E, o mais grave, é que o imperialismo também se utiliza das organizações não governamentais para alçar seu infiltrar agentes em cargos importantes no aparato estatal brasileiro, e mesmo nos governos, vide Marina Silva. A ministra do meio-ambiente é notoriamente associada ao imperialista George Soros, através de sua ONG, a Open Society Foundations.
Não é à toa que é através dela que o imperialismo está obstaculizando Lula de realizar sua política nacionalista, através da exploração de todo o potencial energético brasileiro, em especial o petróleo.
Diante disto, nem o governo brasileiro, e nem os países latino-americanos que participarão da Cúpula da Amazônia, deveriam permitir a participação das ONGs patrocinadas pelo imperialismo.
Deveria ser permitida tão somente a participação de organizações que não possuem ligações com os países imperialistas. Somente a participação de organizações verdadeiramente interessadas no desenvolvimento da nação e na melhoria da qualidade de vida do povo.
E não seria algo complexo de ser realizado, afinal, grande parte, senão a maioria dessas ONGs anunciam abertamente seus parceiros imperialistas.
Enquanto as organizações não governamentais estiverem presentes no Brasil, o imperialismo será bem sucedido em barrar o nosso desenvolvimento, e em exercer sua ditadura sobre nosso povo.
Por isso é necessário que as organizações dos trabalhadores (partidos, sindicatos, movimentos camponeses etc.) travem uma luta para expulsar do Brasil, através de uma mobilização de massas, essas agentes do imperialismo que estão tomando conta do país, em especial da Amazônia.
FORA ONGs IMPERIALISTAS DA AMAZÔNIA!