A Corrente Sindical Nacional Causa Operária (CSNCO), integrada por militantes e simpatizantes do PCO, participou ativamente dos debates da III Conferência Nacional dos Comitês de Luta, realizada de 9 a 11 de junho, na Quadra dos Bancários, em São Paulo, que contou com a participação de mais 2 mil pessoas desde os encontros municipais e estaduais, entre os quais centenas de operários e uma maioria de trabalhadores do campo e da cidade.
Essa Conferência apontou uma perspectiva de luta diante dos ataques da direita contra o governo Lula e contra todo o povo trabalhador.
Nos opomos à política de compasso de espera que boa parte do movimento operário se colocou depois da importante vitória dos trabalhadores com a eleição de Lula.
Entendemos que é preciso romper a paralisia que domina a situação sindical, na qual a burocracia que comanda a maioria das entidades segue a política da esquerda de aguarda as iniciativas do governo, integrado também por setores direitistas que sabotam abertamente quaisquer iniciativas em favor dos trabalhadores. Outra ilusão desse setor é a seque os problemas centrais do povo explorado possa ser resolvido por meio de acordo com o reacionário Congresso Nacional e sem qualquer mobilização popular.
Ao invés de atos demonstrativos, é necessário convocar a efetiva mobilização nas ruas, plenárias e assembleias de verdade, em que sejam convocados todos os trabalhadores.
Os trabalhadores e suas organizações devem impulsionar um programa próprio diante da crise, cujas reivindicações importantes para a vida do povo só podem ser conquistadas por meio da mobilização.
Esta perspectiva precisa ser debatida nos Congressos Estaduais e Nacional da CUT pelos setores classistas.
Entre os principais pontos, aprovados na Conferência, que precisam ser debatidos amplamente, destacamos:
- Realização de um Plebiscito Revogatório: para que o povo decida sobre a revogação de todas as “reformas” e medidas golpistas dos governos Temer e Bolsonaro (“revogaço”), como as famigeradas reformas trabalhistas (Temer), da Previdência (Bolsonaro), administrativa (Dória/SP) etc.
- Fim do Banco Central independente, redução imediata da taxa de juros. Fora Campos Neto!
- Desconhecimento da dívida pública já! Nenhum teto para os gastos sociais!
- Redução da jornada de trabalho para 35 horas semanais e reajuste emergencial do salário mínimo em 100% e luta pelo salário mínimo vital.
- Cancelamento de todas as privatizações. Reestatização da Eletrobrás, Petrobrás, Vale etc.
- Nacionalizar e explorar nosso petróleo; Petrobrás 100% estatal; garantir recursos do petróleo para a Educação, Saúde e demais necessidades populares.
- Mobilizar os trabalhadores e a juventude pela revogação da reforma do ensino médio e a destruição do ensino público; fim do vestibular, livre acesso às universidades públicas
- Fim da tutela militar sobre o regime político e a imediata reforma das forças armadas.
- Reforma agrária e urbana sob o controle das organizações dos trabalhadores.
- Fim dos processos e perseguição contra o MST, Libertação do companheiro Zé Rainha, demais lideranças sem terra e indígenas e todos que lutam pela terra.
- Abaixo a política golpista da direita contra o governo Lula e os trabalhadores. Fora os ministros sabotadores do governo.