Hoje, 20 de julho, faz 150 do nascimento de Alberto Santos Dumont. “Pai da aviação”, grande inventor, visionário, personificação do desenvolvimento nacional das primeiras décadas do século XX. Tudo isso, e muitas outras características, poderiam ser atribuídas ao brasileiro, e essa data poderia ser marcada por muitas comemorações e homenagens.
No entanto, com exceção de alguns artigos nos jornais, muitos, inclusive, tratando esse personagem da nossa história de maneira negativa, pouco está se falando sobre Santos Dumont. Algumas homenagens foram prestadas pelo governo brasileiro e a Força Aérea Brasileira (FAB), mas pouco se comparado à importância do personagem em questão.
Existe uma corrente vigente no Brasil cujo principal esporte é avacalhar o próprio país. Claramente, é um pensamento importado, daqueles que têm interesse em dominar o Brasil. Mas, se podemos apontar um defeito no País, é justamente esse: o de maltratar os personagens, os fatos históricos e a cultura nacionais. E essa é a palavra correta mesmo, maltrato. Xingam, caluniam, mentem, diminuem a importância, destacam pontos negativos – verdadeiros ou falsos – em detrimento dos positivos. Ou simplesmente condenam ao esquecimento.
O caso de Santos Dumont é muito significativo porque há, em torno de sua principal invenção, nada mais do que o avião, um interesse econômico que dificulta os países imperialistas de aceitarem que um brasileiro, um mero brasileiro, tenha criado a principal máquina do século XX.
Santos Dumont inventou o avião; os Estados Unidos inventaram uma história. História mal contada como os filmes comerciais de Hollywood. Dois irmãos que apareceram do nada, depois do sucesso de Santos Dumont, dizendo terem inventado o avião três anos antes. É interessante essa história porque é um exemplo do parasitismo do capitalismo, mais profundo ainda na fase imperialista. O pobre trabalha, o rico inventa uma história para convencer todo mundo que é ele que tem que ficar com os lucros.
Enfim, é por essa questão que os próprios brasileiros não valorizam o maior inventor do século XX. O imperialismo norte-americano não deixa. Um artigo no Estado de S. Paulo mostra que o tal Chat GPT só lembra de Santos Dumont depois da segunda ou terceira pergunta. Para a IA, quem inventou o avião foram os irmãos Wright, o que mostra que é impossível mesmo a máquina chegar perto da inteligência humana.
Até autores brasileiros, quando não adotam totalmente a tese dos Estados Unidos, desestimulam o orgulho nacional. O direitista, pseudo-historiador, Leandro Narloch teve a coragem de escrever um livro em que defende os norte-americanos nessa questão e como se não bastasse isso, faz uma série de calúnias aberrantes contra o inventor brasileiro. O que impressiona é que a direita nacional se considera “patriota”.
Nós, que não somos “patriotas”, mas amamos o Brasil, suas lutas, suas conquistas e seu povo, deixamos aqui a homenagem ao maior inventor do século XX, Alberto Santos Dumont, o inventor do avião de vários outros artefatos.