O deputado do PSOL, Chico Alencar, conhecido por ter beijado a mão de ninguém menos do que Aécio Neves em pleno período de golpe contra Dilma Rousseff, publicou uma coluna na revista Fórum, com o título “Vem aí a PEC da safadeza!”, para “denunciar” a abertura de uma comissão especial na Câmara que irá analisar a Proposta de Emenda Constitucional 9 (PEC-9), apelidada pela imprensa de “PEC da anistia” e por Chico Alencar, com essa coluna, de “PEC da safadeza”.
O apelido vem também do fato de que Arthur Lira teria “antecipado seu recesso” para fazer um cruzeiro nas Bahamas com o cantor Wesley Safadão. Alencar está incomodado porque Lira procura fazer a PEC tramitar o mais rápido possível na Câmara. Segundo ele, a ideia é cumprir o prazo mínimo de 10 sessões plenárias para a comissão decidir e levar o projeto ao plenário em agosto.
Do que se trata a PEC tão duramente criticada pelo Beija-Mão do PSOL? A “PEC da anistia” irá perdoar todos os partidos que teriam cometido irregularidades na prestação de contas desde 2015, o que obviamente incomodou profundamente os defensores da moralidade pública do PSOL. Segundo Chico, a PEC seria uma “vergonha”.
No entanto, a PEC surge como uma necessidade natural dos Partidos para se manterem existindo, já que a atividade dos partidos políticos no Brasil está se tornando praticamente inviável com as regras impostas pelo Judiciário.
A “prestação de contas”, a qual Chico Alencar defende com unhas e dentes, é um verdadeiro labirinto criado para justamente dificultar a vida de quem quiser atuar politicamente no país e servir como pretexto para a perseguição jurídica posterior.
O psolista também se lamenta, para puxar para o lado dos identitários, que a PEC estaria anistiando os partidos “que não cumpriram cotas e deixaram de transferir recursos para candidaturas de negros e mulheres no período anterior”. Trata-se de um truque e de uma demagogia.
A própria imposição de cotas identitárias para os partidos é algo totalmente indevido, uma tentativa do Estado de dizem quem os partidos devem ou não lançar como candidatos, usando o identitarismo como pretexto. Evidentemente, é muito mais democrático que os candidatos que lançados sejam uma prerrogativa dos partidos e não do Judiciário.
Por fim, Chico Alencar revela a “solução” que seu partido propõe para a suposta “safadeza” dos colegas: “O PSOL cumprirá seu dever de tentar barrar esse ‘vale tudo’. Proporemos audiências públicas com os movimentos de mulheres e negros (…). Vamos ouvir ministros e técnicos do TSE, que, com a PEC, terão sua atuação de fiscalização dificultada”.
Ou seja, o PSOL defende que os ministros e os supostos “técnicos” do TSE tenham o poder de controlar cada vez mais o processo eleitoral no país. Os mesmos ministros que deram o golpe em Dilma Rousseff e fraudaram as eleições de 2018. O PSOL é o partido que defende, de forma mais acabada, a política do imperialismo para o Brasil. Sob um manto de falsa moralidade, procuram arrancar da população todos os seus direitos democráticos e transformar o processo eleitoral brasileiro em algo comandado pelos juízes e tecnocratas.
O próprio Chico afirma: “A PEC conta com o apoio interessado e corporativo de quase todos os líderes partidários, do PT ao PL”. A ditadura do Judiciário é algo que afeta a todos os partidos no Brasil. Os únicos interessados nessa política são o imperialismo e o PSOL. Trata-se de mais uma demonstração de seu alinhamento político com os norte-americanos, que financiam boa pate de sua atividade e ditam toda sua orientação política.