*Especial para o Zona do Agrião nº9 (julho 2023)
O futebol brasileiro perdeu um dos grandes nomes. Palhinha, apelido de Vanderlei Eustáquio de Oliveira, marcou época na década de 1970 em diversos clubes diferentes, sendo ídolo de Cruzeiro, Corinthians e Atlético. Ele faleceu no dia 17 de julho aos 73 anos, em Belo Horizonte (MG). Ele ficou internado por uma semana, com uma inflamação na vesícula, mas teve uma parada cardíaca após sua situação piorar.
Nascido na capital mineira em 1950, Palhinha foi um dos principais jogadores da história do Cruzeiro, clube no qual disputou 434 jogos e marcou 145 gols, sendo o sétimo maior artilheiro da Raposa. No gigante mineiro, jogou ao lado de grandes craques, como Piazza, Tostão, Dirceu Lopes e Jairzinho.
Com esses jogadores, o Cruzeiro era uma verdadeira potência do futebol brasileiro. Em sua estreia, em 1968, Palhinha venceu o Campeonato Mineiro, conquistando o bicampeonato no ano seguinte. Depois, conquistou o pentacampeonato em 1972, 1973, 1974, 1975 e 1976. Foi também campeão da Libertadores em 1976, no seu último ano vestindo a camisa da Raposa, sendo artilheiro do torneio com 13 gols. Além disso, conquistou diversos torneios internacionais amistosos.
Em 1977, foi comprado pelo Corinthians por $ 1 milhão de dólares — a maior transação do futebol brasileiro na época. No Timão, marcou uma geração de corinthianos. O Alvinegro Paulistano não ganhava um Campeonato Paulista desde 1954, uma seca de 23 anos. Palhinha foi jogador fundamental na conquista do estadual no ano em que chegou, marcando um dos gols na primeira partida da final do Paulistão de 1977 — um título histórico para os torcedores. No Coringão, Palhinha ficou até 1980, disputando 148 jogos e marcando 44 gols. Em 1979, conquistou mais um Campeonato Paulista para o Timão.
Depois, foi transferido para o Atlético de Belo Horizonte, maior rival do principal time no qual foi ídolo. No Galo, integrou o timaço que tinha como principal jogador o atacante Reinaldo. Foi bicampeão mineiro e vice-campeão brasileiro em 1980. Disputou a Libertadores de 1981, estando em campo no polêmico jogo contra o Flamengo. O Rubro-negro eliminou o Galo após o clube mineiro ter cinco jogadores expulsos, no que é considerado por alguns comentaristas como “o maior roubo da história do futebol brasileiro”. Entre os expulsos, o próprio Palhinha.
O ex-jogador ainda atuou no Santos, no Vasco (onde foi Campeão Carioca em 1982) e no último dos três grandes de Minas Gerais: o América Mineiro. Também voltou ao Cruzeiro em 1984 e conquistou mais um Campeonato Mineiro. Na década de 1970, disputou 18 partidas pela Seleção Brasileira e marcou seis gols. No entanto, nunca foi chamado para uma Copa do Mundo.
Quando aposentou as chuteiras, treinou diversos clubes: América, Atlético, Cruzeiro, Rio Branco de Andradas, Corinthians, União São João de Araras-SP, Ferroviário-CE, Inter de Limeira-SP e Villa Nova-MG.
Sua morte é uma grande perda para o futebol brasileiro.





