Alexandre de Moraes e pessoas que o acompanhavam teriam sido hostilizados por brasileiros no aeroporto de Roma, na última sexta-feira (14).
Segundo as informações da imprensa, o ministro do STF foi xingado de “bandido, comunista e comprado” e seu filho, um advogado de 27 anos, teria sido agredido com um tapa.
Os supostos agressores são três pessoas da mesma família. A Polícia Federal já está identificando os três, trata-se de Andréia Mantovani, seu marido, o empresário Roberto Mantovani Filho e o genro Alex Zanatta Bignotto. Em nota, a família negou o envolvimento no caso.
Os três já estão no Brasil. Alex Zanatta já prestou depoimento à PF em Piracicaba e negou ter ofendido Alexandre de Moraes. Roberto e Andréia prestarão depoimento na terça-feira (29).
O episódio está sendo noticiado pela imprensa capitalista com grande alerde, relacionando os três envolvidos a Bolsonaro, o que ademais não parece ser grande novidade, mas que faz parte da campanha da imprensa golpista contra o ex-presidente.
O que chama a atenção no caso é que esse método de hostilizar figuras públicas em aeroportos, aviões, restaurantes etc foi inaugurado não pelos bolsonaristas, mas pelos partidários de Alexandre de Moraes, os tucanos da época do impeachment de Dilma Roussef. Explicando melhor, foram os famosos coxinhas que se vestiam de verde e amarelo para pedir o golpe.
Naquela época, eram frequentes os casos de políticos da esquerda, principalmente do PT, hostilizados e até agredidos pelos histéricos. Quem dava pilha nisso são os que agora condenam os “bolsonaristas” que hostilizaram Alexandre de Moraes.
Quando um político do PT era hostilizado, essa mesma imprensa anunciava em tom de “bem-feito para esse corrupto”, tentando provar com aquilo uma impopularidade do governo do PT e da esquerda, em geral. Não havia impopularidade nenhuma, o que havia era uma propaganda incessante contra o PT feita pelos mesmos que agora condenam moralmente os que hostilizaram Moraes.
Dilma, Lula e políticos do PT podiam ser xingados, hostilizados, ameaçados e agredidos. Lula foi até mesmo preso ilegalmente. Esses jornais impulsionaram e aplaudiram tudo isso.
Ao fazer isso, os amigos de Alexandre de Moraes estavam alimentando o fascismo que hoje cinicamente eles dizem combater. Os amigos de Moraes, o PSDB, o MDB, a imprensa capitalista, que hoje são chamados de “direita civilizada” foram os criadores do método que os bolsonaristas cultivam até hoje. O feitiço virou-se contra o feiticeiro.
Se Lula e Dilma não eram impopulares, mas apenas vítimas dessa campanha canalha, o mesmo não se pode dizer de Alexandre de Moraes. Por isso a imprensa que ria do PT sete anos atrás agora quer punição para os supostos agressores, condena moralmente os envolvidos e pede por respeito às instituições.
Da imprensa golpista e da burguesia é esperado esse cinismo e essa hipocrisia. O lastimável mesmo é abrir jornais de esquerda fazendo coro com a imprensa golpista pedindo punição e condenando com a mesma moral cínica aqueles que teriam hostilizado Moraes.
Com esse episódio, o povo brasileiro mais uma vez descobriu que o ministro do STF é realmente um rei, um santo, um ente intocável. E quem se atreveu a tocá-lo, tocar, não, a chegar perto e dirigir a palavra, deverá arder no fogo do inferno.