Leia abaixo um dos textos impressos no panfleto da AJR para a 59ª edição do Congresso Nacional da União Nacional dos Estudantes (CONUNE):
Primeiro, é preciso que fique claro que o identitarismo não é a defesa da mulher, do negro do LGBT e de nenhum setor oprimido. Os identitários alegam defender esses setores, mas na verdade apenas realizam uma campanha em defesa da repressão. É uma política que se dá sob a base da censura, da perseguição daqueles que possuem opiniões que os mesmos não concordam. Na prática os identitários não lutam por nada, mas sim pedem para a polícia e Judiciário burguês fazerem o trabalho sujo.
O identitarismo é, assim, uma ideologia reacionária. Foi criada nas universidades norte-americanas como forma de influenciar e domesticar a esquerda mundial. Ele é financiado pelos grandes monopólios que dominam o mercado mundial, principalmente os bancos, e por ONGs imperialistas como a Open Society e a Ford Foundation. A própria CIA já tem em suas propagandas oficiais a política identitária. É preciso, portanto, travar um combate aberto a essa política reacionária que se infiltrou na quase totalidade da esquerda brasileira, e com muita força nas universidades.
Não só isso, a ideologia identitária tem como objetivo dividir a luta dos setores oprimidos na sociedade capitalista. No lugar de lutar contra o regime, o identitarismo busca colocar, de maneira abstrata, negros contra brancos, mulheres contra homens, homossexuais contra héteros, e assim por diante. Esta é uma política frontalmente oposta à doutrina marxista. Pois, a situação do negro, da mulher e de outros setores oprimidos na sociedade, está ligada diretamente com sua posição econômica. O negro e a mulher por exemplo, são oprimidos não por uma cultura que foi criada da cabeça dos homens brancos, mas sim, de uma situação social que coloca os mesmos em uma posição inferior na sociedade capitalista. É a realidade material que produz o preconceito, e não o contrário.
Por isso, esta política demagógica é utilizada por toda a burguesia de conjunto. É fácil associar a mesma à Rede Globo, ao Itaú e ao governo dos EUA, algo que leva um amplo setor da classe operária a repudiá-los. A luta dos oprimidos nunca será travada ao lado dos maiores opressores da humanidade, pelo contrário, em última instância esses são seus verdadeiros inimigos. A luta contra a opressão social só pode ser dar na esfera de uma verdadeira mudança social, ou seja, na luta de classes.
A única luta que de fato pode derrubar o atual regime político e, neste processo, de conquista do socialismo, libertar todos os setores oprimidos da sociedade, é a luta da classe operária. É neste setor onde estão inseridos as mulheres, os negros, os LGBTs, e demais oprimidos na sociedade.