Leia abaixo um dos textos impressos no panfleto da AJR para a 59ª edição do Congresso Nacional da União Nacional dos Estudantes (CONUNE):
O capitalismo internacional está em sua maior crise histórica. Os países imperialistas perdem cada vez mais o controle do planeta. Na Ásia, na África, no Oriente Médio, na Europa e na América do Sul, as nações oprimidas se levantam contra os seus algozes. Nos dias de hoje, é difícil citar um governo que seja um completo lacaio do imperialismo, tanto governos de direita, quanto de esquerda. Da Arábia Saudita até Cuba, os monopólios internacionais perdem o controle. E nessa conjuntura o Brasil se encaminha para ser um dos maiores entraves para o imperialismo no planeta.
Primeiro é preciso deixar claro que a crise nos próprios países que oprimem todo o mundo é gigantesca. Na França, o governo Macron está esgotado, manifestações acontecem todos os meses literalmente queimando o país. Nos EUA a dívida cresce astronomicamente, muitos bancos estão falindo, como o Credit Suisse e o Silicon Valley Bank. Mas a grande demonstração de fraqueza do imperialismo é a sua derrota na Ucrânia. Todos os países da OTAN unificados não conseguem derrotar a Rússia, um país que tem o orçamento militar menor que o da Alemanha, e nem se compara ao orçamento total da OTAN.
Essa derrota militar é a manifestação de um enfraquecimento político enorme do imperialismo, que é percebido por todos os países oprimidos. Se forma um “eixo do mal” que inclui na América Latina a Venezuela, Nicarágua e Cuba. Agora, com a eleição de Lula, o Brasil adentra esse eixo e, não só isso, como torna o BRICS a sua grande organização. Os próprios analistas das agências de inteligência norte-americanas apontam que Lula é um grande problema para seu domínio. O Foro de São Paulo também deixou isso claro, o evento foi protagonizado justamente por Venezuela, Nicarágua, Cuba e o próprio Brasil. Nele, Lula fez questão de afirmar que socialista e comunista não são xingamentos.
O presidente Lula, ao contrário do que muitos pensam, é uma das figuras mais à esquerda do País. No governo federal ele certamente está à esquerda de todos. O que demonstra isso é justamente a sua política internacional, que depende basicamente apenas de seu governo. Há outros sinais como o cancelamento de todas as privatizações, o fim da paridade de preços da Petrobrás e agora o fim do programa fascista de militarização das escolas. Mas o que fica claro é que, na política nacional, ele não consegue chegar nem perto do que faz internacionalmente. O motivo é a gigantesca sabotagem de um enorme bloco que já configura uma força golpista: o Congresso, a imprensa burguesa, os militares, o Judiciário, os bancos e o restante da burguesia.
É aqui que se coloca a importância da mobilização da juventude. O papel da juventude não é defender o governo Lula, não é fazer uma política chapa branca de apoio às pequenas medidas que ele está conseguindo aprovar. A juventude almeja muito mais que isso. O papel da juventude é conquistar todas as principais reivindicações da classe operária. Será a juventude quem irá liderar a mobilização de todos os trabalhadores pela revolução socialista. A revolução que irá libertar todos os brasileiros de sua opressão.
Essa juventude não só deve travar a luta contra a direita, seja ela tradicional ou bolsonarista. É preciso também lutar contra todas as infiltrações imperialistas que tem como objetivo anular a força da juventude ou até pior, canalizá-las para apoiar seus inimigos. As principais são o identitarismo, o ambientalismo, o stalinismo, o combate às “fake news” e a censura. Todas elas financiadas diretamente por ONGs imperialistas que tem como único objetivo manter o Brasil subjugado, manter o povo na extrema miséria enquanto todas as nossas gigantescas riquezas são saqueadas.
Para isso é preciso organizar a luta da juventude, e o único caminho para travar uma luta real pela derrota do imperialismo é por meio da organização em um Partido. Karl Marx e Friedrich Engels, aos 29 e 27 anos, respectivamente, escreveram o Manifesto do Partido Comunista, para travar a luta contra a burguesia na década de 1840. Passados quase 200, anos as condições já estão mais do que maduras para a derrota total do capitalismo. Uma nova sociedade deve surgir da luta dos trabalhadores. É necessário organizar o Partido que irá liderar essa luta até a vitória: o Partido da Causa Operária e a Aliança da Juventude Revolucionária.