Na noite de ontem (12), foi realizado um ato de abertura do 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE). A abertura, muito longe de expressar a tendência de luta que existe na juventude, deu lugar à defesa de um dos projetos mais reacionários que está sendo discutido no Congresso Nacional, o Projeto de Lei 2630, o chamado PL das Fake News.
Em entrevista a este Diário, Arthur Cesconetto, dirigente da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), explicou que a defesa do PL das Fake News “vem de cima” – isto é, não vem de uma demanda das bases, mas sim de um acordo político das direções junto à direita nacional.
“A questão da censura e o ataque às liberdades individuais e democráticas é um negócio que inclusive é muito mal visto pela juventude. Se tem um setor que sempre buscou lutar em defesa dos direitos democráticos, contra a censura, sempre foi a juventude”.
Trata-se, portanto, de uma contradição, uma tentativa de impor uma determinada política aos estudantes.
“Isso que a UNE está fazendo vai na contramão desses interesses. Se você ver, o apoio dessa política reacionária na juventude é mínimo. É de grupos, é um apoio minoritário, que você vê em determinados grupinhos da esquerda pequeno-burguesa, como a UJS, por exemplo, Mas se você ver, mesmo a base dessas organizações não têm um acordo. É fácil perceber, por exemplo, a crise que o PL das Fake News abriu dentro da própria esquerda. Muita gente sabe que isso será um problemão, gente de esquerda, que tem blogues e tudo mais”.
Cesconetto ainda destacou que não só o PL não tem apoio na juventude, como que a juventude tem um interesse especial na defesa dos direitos democráticos:
“Para a juventude ainda mais, um negócio como censura, liberdades democráticas, liberdades individuais da população, é um tema chave. Porque é o jovem quem está na internet, é o jovem quem está buscando atuar politicamente em todos esses meios. Então é o público que vai ser mais atacado pelo PL e pela censura”.