O empresário e conhecido ativista norte-americano, Ben Cohen, fundador da empresa de sorvetes Ben & Jerry’s, nos Estados Unidos, foi preso durante um protesto contra a extradição de Julian Assange para os EUA. O caso ocorreu na quinta-feira (06) durante o protesto em frente ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Uma clara prisão política que denota o caráter ditatorial; antidemocrático do regime político norte-americano.
Diante de um pequeno grupo de ativistas, Cohen discursou em favor da liberdade de imprensa:
A menos que as coisas mudem, e a menos que as mudemos, a liberdade de imprensa vai virar fumaça. E ainda: Não há democracia sem liberdade de imprensa, porque a imprensa é a única coisa que pode responsabilizar o governo.
O grupo chegou a queimar um objeto intitulado de Declaração de Direitos. O grupo pretendia encontrar o procurador-geral Merrick Garland para discutir sobre o caso Assange, o grupo não foi recebido. Cohen, então sentou-se em frente da entrada do prédio recusando-se a sair, num ato político, e nesse momento Ben Cohen foi preso pela polícia de Segurança Interna.
Trata-se de uma clara repressão política, Cohen foi preso por defender um direito que se contrapõe aos interesses do establishment norte-americano, que persegue sistematicamente Julian Aassage e a liberdade de imprensa a anos.
Assange está detido na prisão de Belmarsh, no sul de Londres, desde abril de 2019, depois que o Equador cancelou seu asilo sob pressão dos EUA. O jornalista australiano é perseguido implacavelmente por divulgar um conjunto de documentos dos Estados Unidos, incluindo aí crimes de guerra no Iraque e Afeganistão, por meio de seu site Wikileaks, do qual é co-fundador.
O que motivou a prisão foram acusações de estupro, acusações essas já arquivadas e claramente impulsionadas para persegui-lo. O Reino Unido está pestes a extraditar Julian Assange para os EUA, onde enfrenta 18 acusações por divulgar documentos que mostram inúmeros crimes do imperialismo norte-americano, Assange pode pegar 175 anos de prisão por realizar seu trabalho de jornalista.
A perseguição contra Assange é a perseguição contra a liberdade de imprensa, contra a denúncia dos crimes do imperialismo, dos poderosos, é a supressão da liberdade. Agora, tal perseguição se estende, até mesmo, aqueles que denunciam tal estado de coisas. O imperialismo norte-americano prende e persegue alguém por denunciar seus crimes atrozes, prende ativistas por defender a liberdade de imprensa ao mesmo tempo, em que condena um conjunto de países, como a Venezuela, de ditadura. É o cúmulo da hipocrisia.