Durante uma de suas intervenções durante a 34ª Conferência Nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Antonio Carlos Silva, da Direção Nacional do Partido, declarou:
“A vida do povo do Amapá é mais importante do que as lágrimas de crocodilo da Marina Silva e de Joe Biden”.
O dirigente do PCO não poderia estar mais correto. As estimativas mais conservadoras preveem que a exploração do petróleo da Margem Equatorial, situada próxima ao território amapaense, irá injetar pelo menos um bilhão de dólares na economia do Estado. Isto é, que um dos Estados mais pobres do Brasil receberá, em pouco tempo, um valor referente a metade de seu Produto Interno Bruto (PIB) atual.
A exploração do petróleo na Margem Equatorial permitiria resolver problemas crônicos na região. Neste exato momento, 13,2% da população amapaense está em “situação de insuficiência alimentar grave” – isto é, passando fome. Esse índice é mais que o dobro do nacional, fixado em 5%. São mais de 100 mil pessoas no Amapá que praticamente não têm o que comer.
A fome não é o único problema. Em maio deste ano, já depois de a pandemia de coronavírus ter chegado ao fim, o governo do Amapá decretou situação de emergência de saúde pública neste sábado em meio a um surto de síndromes gripais e de Síndrome Respiratória Aguda Grave, que acabou por provocar a lotação de unidades de terapia intensiva pediátricas na rede pública.
A miséria total no Amapá é contrastada com a atuação criminosa e ilimitada dos latifundiários, que mandam e desmandam na região. Conforme denunciado na mesma Conferência por Jairo Palheta, militante do PCO e da Frente Nacional de Luta (FNL), há uma ofensiva em curso contra os movimentos sem terra e sem teto.
Enquanto o povo do Amapá está entregue a uma situação calamitosa, há um setor que tenta se infiltrar na esquerda defendendo que o Brasil não explore o seu petróleo. Dentro do governo Lula, essa política é expressa com clareza na figura de Marina Silva, da Rede Sustentabilidade. A ministra, que, como todos sabem, é ligada ao bilionário George Soros, já declarou que a Petrobrás não deveria ter como centro de sua atividade a exploração do petróleo. E se posicionou abertamente contra a exploração da Margem Equatorial.
A posição da ministra é de uma insensibilidade inacreditável com o povo do Amapá e com a população brasileira como um todo. É a defesa mais exacerbada dos interesses de Joe Biden e do imperialismo norte-americano – a defesa da fome, apenas para que as empresas estrangeiras permaneçam dominando o mercado mundial.