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Jenin

Terrorismo israelense reflete isolamento político internacional

Manifestações de rua somam-se a exercícios militares na Síria, com apoio russo, em pressão crescente contra Israel

Em sua maior operação militar na Cisjordânia desde 2002, as Forças Armadas israelenses bombardearam a cidade de Jenin na última segunda-feira (3). Insatisfeitos com a devastação, cerca de 2.000 soldados sionistas avançaram contra a cidade, em particular o campo de refugiados – palestinos vítimas da ocupação ilegal da Cisjordânia – localizado em sua região norte. Segundo reportagem do jornal britânico The Guardian, ao menos oito palestinos foram mortos e dentre os 50 feridos, dez vítimas encontram-se em situação de risco.

À exceção do governo norte-americano, que declarou que apoiava “a segurança de Israel e seu direito de defender seu povo contra o Hamas, o Movimento da Jihad Islâmica na Palestina e outros grupos terroristas” (“Biden muddles along with Israel as West Bank violence spirals“, The Washington Post, 07/07/23), o repúdio à ofensiva israelense foi generalizado. Até mesmo a União Europeia condenou a ofensiva, apesar de adicionar como ressalva sua condenação dos “atos terroristas” conduzidos supostamente por palestinos em Tel Aviv no último dia 4.

No Oriente Médio não houve ressalvas. Autoridades iranianas clamaram por uma “ação global contra as práticas desumanas de Israel”, segundo reporta o portal PressTV. O Hamas, partido palestino que governa a Faixa de Gaza, naturalmente repudiou o ataque e destacou a resistência dos locais. “A resistência palestina ensinou uma boa lição aos ocupantes”, declarou Ismail Haniyeh, chefe do birô político do Hamas (“Statement by Hamas chief on Israeli occupation’s withdrawal from Jenin“, portal oficial do Hamas, 05/07/2023).

O ministério de relações exteriores da Arábia Saudita estressou sua “categórica rejeição às sérias violações levadas adiante pelas forças ocupantes de Israel” enquanto os Emirados Árabes Unidos comprometeram-se a enviar US$15 milhões em apoio à reconstrução do campo de refugiados de Jenin. O campo, criado em 1953 em razão da ofensiva de Israel contra o povo palestino, abriga pessoas de diversas regiões da Cisjordânia ocupada aglomeradas em moradias precárias.

Finalmente, autoridades egípcias, um dos poucos países árabes a ter relações diplomáticas com Israel, libanesas e de demais países árabes também condenaram a ofensiva sionista.

O posicionamento de governos que tradicionalmente têm uma postura pró-imperialista na região, como Arábia Saudita e Egito, refletem a reconfiguração das forças políticas na região. A recente reaproximação entre sauditas e iranianos, mediada pela diplomacia chinesa; entre sauditas e sírios; e entre turcos e egípcios todos demonstram o enfraquecimento da presença imperialista no Oriente Médio e o consequente isolamento político e militar do Israel.

Os repúdios, porém, não se limitaram a posicionamentos diplomáticos. Milhares de iemenitas inundaram as ruas de Sanaa, capital do país, controlada pelos rebeldes Houthi, segundo reporta o portal chinês Xinhua (“Manifestação em solidariedade com o povo palestino reúne dezenas de milhares na capital do Iêmen“, portal Brasil 247, 06/07/2023). O ato mostra um raro consenso entre houthis e sauditas, que desde 2015 travam uma guerra brutal contra os revolucionários xiitas no Iêmen.

Além disso, a população libanesa somou-se aos iemenitas em protesto na região de Beirute. Na própria Cisjordânia, trabalhadores palestinos que vivem nos territórios ocupados por Israel ainda organizaram uma paralisação generalizada (“A general strike is observed in the West Bank in protest against Israel’s assault on Jenin“, portal WAFA, 04/07/2023).

Num sinal claro de que os dias de impunidade para a política genocida de Israel estão contados, o governo sírio anunciou a realização de exercícios militares com a Rússia em seu território, segundo reporta o portal Russia Today. A Rússia atua militarmente na região desde 2015 a pedido do governo de Bashar Al-Assad e ajudou seus aliados a reconquistar boa parte de seu território, dominado por fundamentalistas islâmicos financiados pelo imperialismo.

Não à toa o governo israelense de extrema-direita liderado por Benjamin Netanyahu tem uma política ambígua em relação ao conflito entre Rússia e OTAN na Ucrânia. Os Estados Unidos mantiveram seu apoio diplomático, mas com o desenvolvimento cada vez mais custoso no leste europeu, Israel pode encontrar-se sem apoio militar num Oriente-Médio cada vez mais hostil.

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