O futebol brasileiro sabidamente produziu os melhores jogadores do planeta e daqui surgiram inúmeros técnicos campeões do mundo. A esmagadora maioria desses técnicos ou treinadores foram jogadores de futebol e muitos desses excelentes ex-atletas, como no caso de Telê Santana.
Zagalo foi bicampeão do mundo como jogador em 1958 e 62 e ainda se consagrou vencedor como técnico da seleção em 1970 e também venceu como auxiliar técnico de Parreira na campanha vitoriosa de 1994. Mesmo Felipão; um zagueiro duro, mas com poucos recursos técnicos, como jogador foi vencedor em diversas equipes do futebol brasileiro e também na seleção na campanha de 2002, a nossa última conquista em Copas.
Mas, entretanto, o que chamou mais a atenção historicamente no futebol em termos do que denominamos de arte futebolística para os amantes desse esporte popular maravilhoso foram também as derrotas das equipes da Hungria liderada pelo craque Puskas em 1954, da Holanda do brilhante Cruyff em 1974 e da equipe mais lembrada historicamente para nós brasileiros e grande parte do mundo depois do timaço de 1970: a seleção brasileira de 1982, do técnico Telê Santana. O que essas equipes tinham em comum além de uma constelação de craques absolutamente incontestáveis? Treinadores brilhantes! Sepp Herberger da Hungria; Rinus Michels da Holanda e nosso inesquecível Telê Santana. Todos dirigiam suas equipes oriundos de seus próprios países. Essas seleções não recorreram a treinadores estrangeiros para se garantirem na história como equipes de ouro do futebol mundial.
O Brasil precisa de um treinador estrangeiro? Além de uma gigantesca fábrica de excelentes jogadores e craques, o Brasil produz, sim, treinadores consagrados em vários clubes do futebol nacional e até do exterior. Já não bastasse a privatização dos estádios e dos clubes do futebol brasileiro estamos importando treinadores? Dominados pelo imperialismo em vários ramos da atividade econômica e cultural, a CBF se rende em conluio com o imperialismo a ponto de entregar o futebol brasileiro aos gaviões ou abutres do grande negócio capitalista que se tornou o esporte e outras atividades.
Recentemente, o técnico do Fluminense Fernando Diniz assumiu interinamente por um ano de contrato a partir de agora a seleção brasileira enquanto Ancelotti não chega. Isso deverá acontecer somente em meados de 2024. Enquanto isso, Diniz continuará treinando o Fluminense e agora também a seleção brasileira em jogos pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 e amistosos já agendados. Apenas para efeito de comparação, o ex-técnico do Flamengo Dorival Júnior, campeão da Copa do Brasil e da Taça Libertadores ambas de 2022, foi dispensado a troca de mais um desses portugueses da moda, como o ex-corinthiano treinador Vitor Pereira que fracassou como treinador em ambas as equipes.
Dorival Júnior, assim como Diniz, têm totais condições de dirigir a seleção brasileira nos gramados, assim como outros treinadores brasileiros, sem a necessidade de importar nenhum dos técnicos enlatados do futebol mundial dominados pelo imperialismo. O futebol é nosso, é do povo brasileiro, assim como nossos jogadores e treinadores. Fica Diniz e fora os técnicos do imperialismo como Ancelotti!