Wang Yulin, do departamento internacional do comitê central do Partido Comunista Chinês, foi entrevistado pelo Diário Causa Operária durante sua participação no Foro de São Paulo nesta última semana. Na entrevista, foram tratados assuntos como a relação entre Brasil e China e a luta contra o imperialismo.
Diário Causa Operária: Estamos aqui entrevistando Wang Yulin do departamento internacional do comitê central do Partido Comunista Chinês. O companheiro está presente no Foro de São Paulo, sendo que é a primeira vez que o PCCh participa. Gostaria de entender e discutir suas expectativas aqui participando do Foro de São Paulo.
Wang Yulin: É um grande prazer para mim participar do 26º Encontro de Foro de São Paulo e do Partido Comunista Chinês, mas não é a primeira vez[que participamos]. Sempre enviamos delegações ao Foro, pois o Partido Comunista Chinês firmou vínculo formal com o Foro de São Paulo há 30 anos. Assim, nesses últimos 30 anos, sempre enviamos delegados e observadores ao Foro. Além disso, nosso partido estabeleceu laços de amizade com muitos partidos membros do Foro e por meio dessas reuniões bilaterais nos últimos dias, durante minha estada em Brasília, percebi que há uma unidade na diversidade dos partidos integrantes do Foro e o Presidente Lula atribui grande importância ao desenvolvimento do Foro para o nosso partido. Temos sempre a melhor vontade de manter, desenvolver e aprofundar nossos vínculos com os partidos membros do Foro de São Paulo.
Diário Causa Operária: E nesse momento de ameaças do imperialismo norte-americano contra esses laços, essas relações com os BRICS ou as relações que se estabelecem como Brasil e China e outros países sob permanentemente ataque. Essas reuniões favorecem a luta anti-imperialista?
Wang Yulin: Estamos muito felizes em ver que nos últimos anos vários partidos importantes da esquerda progressista chegaram ao poder e, graças aos nossos esforços conjuntos, as relações entre a China e a América Latina, entre a China e o Brasil ampliaram-se. Em abril passado, o presidente Lula fez uma bem-sucedida visita à China e alcançou amplo consenso com nosso presidente, Xi Jinping. Os dois líderes já nos deram orientações para aprofundar nossos laços de amizade para promover o desenvolvimento das relações binacionais.
O Departamento Internacional do Partido Comunista da China, como instituição funcional, tem buscado manter e desenvolver laços amigáveis com os partidos políticos de todo o mundo, pautando-se nos princípios de independência, autodeterminação, respeito mútuo, total igualdade e não intervenção nos assuntos internos uns dos outros. Até o momento, o Partido Comunista Chinês estabeleceu relações formais com mais de 80 partidos políticos de quase 30 países latino-americanos, unidos em sua luta contra a hegemonia mundial.
Devemos permanecer unidos e manifestar nossa firme vontade de combater a política de força implementada pelos partidos da esquerda progressista da América Latina. Temos convicção de que, juntos, alcançaremos a vitória na defesa de nossos ideais.
Diário Causa Operária: Nesse sentido, nós do Partido da Causa Operária trazemos ao Foro de São Paulo a importância da campanha contra o bloqueio a Cuba como campanha internacional de enfrentamento ao imperialismo, como campanha que leva adiante a luta de todos os povos oprimidos que também sofrem bloqueios, sanções. Como você vê esse tipo de campanha? A necessidade de defender Cuba como parte da defesa dos países oprimidos pelo imperialismo.
Wang Yulin: Sabemos perfeitamente que os Estados Unidos não estão apenas impondo sanções contra Cuba, mas também contra a Venezuela, a Nicarágua e contra a China. Mais de 1.300 empresas chinesas também estão na lista de sanções dos EUA e é por isso que devemos lutar juntos contra o imperialismo, contra a hegemonia, contra a política de força. E sempre, tanto o governo chinês quanto o Partido Comunista da China invariavelmente apoiam o Governo e o Partido Comunista de Cuba, sua luta contra o bloqueio econômico-financeiro contra Cuba e também apoiamos firmemente a luta do povo venezuelano, do PSUV e também o povo da Nicarágua em sua justa luta contra o imperialismo.
