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Ameaça cresce

Inelegibilidade pode acelerar o processo golpista

Esquerda está brincando com fogo ao defender supressão de direitos democráticos

A inelegibilidade de Jair Bolsonaro abriu uma oportunidade para os golpistas e um perigo muito grande para a esquerda classista. Fortalecendo a coesão da direita (ainda que pela força) e a liderança do velho centro político, a manobra favorece a articulação de um processo golpista contra o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que já vem sendo discutida por órgãos de imprensa como o Estado de S. Paulo. Imposta pela direita dita centrista, a derrota momentânea de Bolsonaro além de representar uma importante vitória do setor imperialista da burguesia, evidencia uma força do principal bloco golpista incompatível com o cenário eleitoral de 2022.

Um dos principais porta-vozes desse setor, o jornal Estado de S. Paulo, tirou um editorial na última segunda-feira (3), indicando que o escamoteamento de Bolsonaro abre caminho para “uma mobilização cívica inspirada nas grandes articulações políticas que edificaram a Nova República nas ‘Diretas Já’ e superaram suas crises com os impeachments de Collor e Dilma [grifo nosso].” (“A reinvenção da direita brasileira”, Estado de S. Paulo, 3/7/2023). No mesmo Estado de S. Paulo, o colunista Felipe Moura Brasil sentencia: “Bolsonaro foi o maior cabo eleitoral de Lula. Sua inelegibilidade abre espaço para uma oposição de verdade” (“Lula perdeu seu maior cabo eleitoral”, Estado de S. Paulo, 3/7/2023).

Após o golpe de 2016, os partidos do imperialismo (em especial o PSDB) entraram em uma crise que praticamente os varreu dos cargos eleitorais mais relevantes, incluindo-se aí o governo do estado de São Paulo, tradicional trincheira tucana. Isto impossibilitou que os ganhos oriundos da derrubada da então presidenta petista, Dilma Rousseff, beneficiassem o imperialismo, que arquitetou o golpe.

A mobilização da extrema-direita e a falência dos partidos do centro político acabaram ocasionando a ascensão do bolsonarismo e desencadeando quatro anos de um governo de crise ininterrupta entre os setores menores (embora àquele momento mais fortes no conjunto) da burguesia (representados pelo ex-capitão do Exército) e o imperialismo. Embora coesos na clareza de que o retorno de Lula era ruim para a classe, as disputas internas não permitiam ao imperialismo manobrar a situação conforme seus interesses e tampouco permitiu ao governo bolsonarista efetivamente governar, o que foi tema de lamentos constantes por parte do ex-capitão. Com Bolsonaro fora do páreo para 2026 e 2030 (até o momento pelo menos), ganha musculatura a ala centrista da direita e através desta, os interesses imperialistas no País recuperam a força perdida.

Em um acesso de loucura, setores dirigentes da esquerda comemoram o ataque aos direitos políticos do ex-presidente, sem se dar conta de que toda a manobra fora realizada pelo mesmo grupo que articulou a queda da presidenta Dilma, a prisão de Lula seguido pela cassação dos direitos políticos do atual presidente petista e que em 2018, viu em Bolsonaro “uma escolha difícil”, escolha que foi repetida em 2022 dado que independente de discordâncias ocorridas no interior da classe, o conjunto da direita tem um inimigo principal muito claro: a classe trabalhadora brasileira.

Seguindo o padrão da crise mundial e cada vez maior enfrentada pelo imperialismo, a atual conjuntura política brasileira é marcada por tensões e ameaças constantes, onde o mero exercício do voto muito pouco significa. Somente através da organização popular será possível aos trabalhadores, camponeses e estudantes superar os desafios oriundos da nova ascensão do centro político.

A classe trabalhadora, os estudantes, os movimentos sociais e todos que lutaram contra os golpistas para conquistar a vitória eleitoral do presidente Lula em 2022 não podem tomar partido dos algozes do povo e apoiar as arbitrariedades do judiciário golpista. É preciso antes denunciá-los. Muito longe de celebrar a cassação dos direitos políticos, a hora é de mobilizar e preparar para a luta, contra os golpistas e em defesa de uma política voltada aos trabalhadores, por desenvolvimento, salário, empregos e os demais interesses populares.

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