No começo desta semana, foi divulgado pelo Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social (MTPS), o registro de que no mês de maio de 2023 houve saldo negativo de 964 postos de emprego bancário no País, ou seja, somente no mês de maio foram fechados definitivamente esse número de postos de trabalho nos bancos.
Segundo os mesmos dados da pesquisa, esse número é a diferença entre 2.900 admissões e os 3.864 desligamentos de bancários registrados no mês. “A maior contribuição para o saldo negativo foi dos bancos múltiplos com carteira comercial (Bancos Itaú/Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil) (-879 postos). Em seguida, aparece a Caixa Econômica (-85 postos), os bancos de investimento (-13 postos) e os bancos comerciais (-8 postos). Os bancos múltiplos sem carteira comercial fecharam o mês com saldo positivo de 21 postos”. (site Dieese 03/07/2023)
“Há 8 messes consecutivos, o saldo de emprego bancário vem registrando saldos negativos no País. Nos últimos 12 meses (junho de 2022 a maio de 2013), o saldo está acumulado em -4.138 postos. De janeiro a maio, o saldo está negativo em 4.225 postos”. (Idem)
Esses números divulgados pelo Dieese, baseados nos dados do Ministério do Trabalho, são verdadeiramente impressionantes e mostram o método reacionário dos banqueiros que através dessa política vêm aumentando a exploração dos bancários, promovendo a terceirização de setores inteiros, política essa que visa enriquecer, cada vez mais, meia dúzia de parasitas sanguessugas que vivem às custas da miséria de uma massa gigantesca de trabalhadores e da população em geral.
A política dos banqueiros vai no sentido totalmente contrário aos interesses de desenvolvimento do País, onde o setor bancário é de fundamental importância na economia em todo o território nacional. De janeiro de 2014 a abril de 2023, os bancos fecharam 5.716 agências e eliminaram cerca de 70 mil postos de trabalho. A categoria bancária, que na década de 1980 chegou a ter mais de 1 milhão de trabalhadores bancários, hoje conta com apenas cerca de 450 mil.
Os dados mostram que em todas essas localidades onde foram fechados postos de atendimento a população deixou de ter os serviços bancários básicos garantidos nas suas regiões que, geralmente, são em regiões mais humildes de populações mais carentes, cujo interesse econômico não satisfaz a política de lucro dos banqueiros.
A justificativa dos banqueiros para o fechamento desse número extraordinário de dependências bancárias e de demissão em massa é em relação ao “avanço tecnológico e mudanças estruturais no setor financeiro” e não condiz com a realidade. Todo mundo sabe que as agências bancárias sofrem justamente com a falta de pessoal e de agências bancárias, atrasando e, muitas vezes impossibilitando o serviço para a população
Nesse sentido é de fundamental importância a categoria dos bancários se debruçar sobre a tarefa de lutar pela organização do movimento dos trabalhadores para enfrentar essa situação, de impulsionar a mobilização pelas reivindicações urgentes dos explorados diante da ofensiva dos banqueiros e a direita golpista (privatizações, desemprego, fome, destruição dos serviços públicos etc.), o que precisa ser feito em sintonia com a necessária luta política para pôr abaixo da direita que continua infiltrada no governo e também nos bancos públicos.
O papel dos trabalhadores, dos sindicatos, das oposições classistas, é levantar a necessidade de que deve ser superada toda a política reacionária de setores da esquerda que não querem a unidade dos trabalhadores em torno da figura do Lula, em torno da luta contra os setores bolsonaristas e contra a direita golpista que controlam as instituições do regime capitalista.
Para tanto é preciso criar um amplo movimento de luta a partir de um intenso trabalho de agitação e propaganda junto aos trabalhadores, nos seus locais de trabalho para alavancar a mobilização dos trabalhadores. Levantar um programa imediato pelas reivindicações fundamentais da categoria bancária, contra o fechamento de postos de serviços, contra as privatizações, pelo fim das demissões, pela readmissão dos demitidos, pelo fim das reestruturações, pela estatização do sistema financeiro etc.
Essas medidas devem se somar à defesa de um governo dos trabalhadores da cidade e do campo, para derrotar toda a direita golpista. Uma unidade classista que cumpra o papel de mobilizar os trabalhadores para unir forças na luta da classe operária e de todos os trabalhadores brasileiros.