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Acampamento de Férias da AJR

Uma atividade aberta para todos

Pessoas de várias origens participam do curso

No primeiro dia do curso “ O que é marxismo e o que não é”, no acampamento da AJR, o Diário Causa Operária ouviu alguns participantes e deles colheu diferentes visões do contato com o marxismo.

Nilza Ramos é assistente social aposentada no serviço público, e após 29 anos de atividade de esquerda (PT), agora faz parte da militância do partido da Causa Operária:

“Moro em Pontal do Paraná. Fui candidata à deputada estadual na última eleição. Eu entendo que a filosofia marxista é a base de toda a luta concreta, leva a revolução e a uma mudança de regime político. O conhecimento adquirido através da literatura, de palestras, análises que ouvimos e deste curso garante algo importante: a consciência política que nos traz maturidade no campo político. Conseguimos entender nosso papel no valor de cada um em uma revolução que inevitavelmente acontecerá em algum momento”.

Diário Causa Operária: Pode-se ver com otimismo o governo de Lula no cumprimento das contínuas demandas dos movimentos sociais, mesmo com a presença incômoda de políticos que são antagônicos às políticas públicas?

Nilza Ramos: É perceptível que há uma grande intenção e esforço para que políticas públicas inexistentes voltem a existir, como geração de renda, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, por exemplo.

Outro participante da atividade, o gaúcho de nascimento, Domingos Luís Prestes, nascido na linda Nonoai no Rio do Grande do Sul, vive há 34 anos em Blumenau. No acampamento montado em frente à Polícia Federal em Curitiba, ele passou os 580 dias nos quais o Presidente Luís Inácio Lula da Silva esteve preso.

DCO: Com 70 anos, e limitações nos movimentos, foste ao encontro do ex-Presidente, no cárcere?

Domingos: A situação, depois que entrou esse Bolsonaro, ele tirou o alimento da mesa do pobre… às vezes tem que no lixo, achar algum resto para comer.

Jairo Palheta da Silva Marques, 29, coordenador dos movimentos de luta do Macapá, no Amapá da FNL (Frente nacional de Luta coordenada por Zé Rainha e companheiro Claudemir em São Paulo) cedeu-nos um pouco de seu tempo para explicar-nos os obstáculos que enfrentam por lá.

DCO: Qual sua expectativa com esse curso na Universidade de Férias, com o tema “ O que é o marxismo e o que não é?

Jairo Palheta da Silva Marques: Primeiramente, quando chamamos as pessoas para fazerem movimentos, como, por exemplo, o movimento sem-terra, a maioria tem interesses próprios, interessados em solucionar rapidamente o problema de moradia, (sem teto) ou para ter uma terra para plantar. Essas pessoas estão bloqueadas para falarem de política, e o atendimento às suas necessidades, principalmente em período eleitoral, impede-os desenvolver a consciência. Assim, estando aqui, aprendo e retransmito aos companheiros. A consciência de classe fará com que entendam seus problemas, mesmo conseguindo o “teto” ou a terra, não acabarão. A compreensão mais abrangente de um sistema que impede a conquista de direitos, revela a intenção em estender o conflito ou a parte da solução por anos ou até décadas. A força da superioridade numérica da “massa” de trabalhadores é grandiosa. Mas a “massa” sem o poder de consciência, terá sua força enfraquecida, concluiu.

DCO: Como operar com a justiça, (das pequenas varas aos tribunais superiores) estando elas atreladas à burguesia, como se ativa uma manifestação tentando repercutir uma possível tendência prévia para uma decisão, sem ter sua livre expressão sendo amordaçada?

Jairo Palheta da Silva Marques: No Estado do Amapá, pessoalmente sofri inúmeras ameaças de “sojeiros’, inclusive ligados ao ministério público estadual, procuradores que são “grileiros” por lá. O padre Cisto Magro e o Padre Denis (americano) apanharam e tiveram seus carros amassados. Dois pescadores em área da união, foram mortos por grileiros que vieram do centro Sul, para ocuparem o Amapá. O Meu tio e toda minha família tem um problema grave com a família Alcolumbre, (o próprio ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre) seu irmão está grilando toda uma área que pertence a nós desde 1840. Um tenente aposentado, empunhou a arma na cabeça de meu tio, expulsando-o de sua própria terra. Um desses primos, filhos desse meu tio, hoje apoia Davi Alcolumbre. Um caso de cooptação financeira.

DCO: Em quantos vocês estão, como estão as ocupações?

Jairo Palheta da Silva Marques: Ocupamos por seis vezes, nós tivemos uma ocupação no INCRA, onde conseguimos substituir o superintendente que era bolsonarista. Não paramos neste atual governo. O presidente nos disse: Me cobrem! No Amapá, cerca de 95% estão matriculadas na união. E há uma mobilização das bancadas do boi, da bala e da bíblia. Estamos lutando para criação de assentamentos em áreas em terras de uma empresa ligada ao plantio de eucalipto. O governo disponibilizou 200 mil hectares e ao perceberem que no seu entorno não havia registros de documentos, eles foram “grilando” as terras. Essa em grilagem 2006, deu origem a CPI das terras

Clara Cavendish é artista plástica, filha de docente universitário, de esquerda e neurocirurgião, poeta e mãe socióloga, ouviu poesias durante a maioria de sua vida nos saraus em sua casa em meio a intelectuais. A cultura e o saber, eram consumidos como alimento, vaidade e forma de poder. Os profundos vínculos com o partidão, (PCB) deram lugar a rebeldia antiacadêmica. O verso virou prosa e a música então tomou conta do seu ser.

DCO: Conte-nos um pouco de sua vida ligada ao marxismo.

Durante a ditadura, em casa eram ligados à universidade. Meu Pai um homem de esquerda, sempre à volta de intelectuais, ficavam horas imersos na poesia, acontecia saraus literários.

Como fica claro, o Acampamento de Férias da AJR é aberto para todos. Basta ter interesse em se aprofundar no marxismo e na luta revolucionária.

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