Um grupo informal de trabalho ligado ao Palácio do Planalto investiga a atuação do 3G Capital, dos donos das Lojas Americanas, para demonstrar o que chamam de “tomada de controle” da Eletrobrás. Segundo a Folha de S. Paulo, a investigação acontece sob a supervisão de um importante assessor de Lula.
Algumas semanas atrás, na TV GGN, Ikaro Chaves, diretor da Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobrás, denunciou o sequestro da Eletrobrás pela 3G Radar, cujos sócios são os responsáveis pela quebra de outras grandes companhias, como as Americanas e a Light. Chaves denunciou a influência de Jorge Paulo Lemann, Marcelo Telles e Carlos Alberto Sicupira no processo de privatização da então estatal ainda no governo golpista de Temer.
As compras das ações começaram ainda durante o governo golpista de Temer e seguiu no governo seguinte de Bolsonaro. Atualmente, a 3G Radar possui 15% das ações da Eletrobrás, mas tem maior poder de decisão que o governo que tem, neste momento, 43% das ações.
O grupo palaciano afirma já ter encontrado relação entre os atuais representantes do conselho de administração da Eletrobras e o 3G. Um dos conselheiros mais ativos, Pedro Batista, fundador da Vinci Partners, é sócio do 3G Radar (gestora) e do 3G Capital.
Outro conselheiro, Felipe Dias foi sócio da Squadra Investimentos, um dos principais acionistas da Equatorial Energia. Vinci Partners e o próprio 3G também entraram como sócios na Equatorial. Elvira Presta, hoje vice-presidente financeira e de relações com investidores da Eletrobras, já trabalhou para o 3G, ainda segundo relatos.
Também se vasculha a relação de diretores da Vibra (ex-BR) com o 3G. O atual presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, presidiu a distribuidora de combustíveis. Portanto, se comprovada todas essas informações, fica cada vez mais claro a ligação dos capitalistas que afundaram uma das maiores varejistas do Brasil com a diretoria da maior empresa de energia elétrica da América Latina.
Uma empresa de energia tão significativa para o País e para o povo brasileiro, não deve ficar nas mãos de vigaristas e tubarões do capitalismo como estes. É preciso denunciar e exigir a imediata estatização da empresa. Para isso será de extrema importância grandes mobilizações populares de rua para pressionar o governo e as intuições a reverter esse processo criminoso contra a população.