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Revolução brasileira

Um racha ainda mais golpista que o PSOL

Grupo considera o governo Lula "petucano"

Em artigo de título “A Revolução Brasileira não será uma tarefa histórica para o PSOL”, o grupo Revolução Brasileira anunciou o seu rompimento com o PSOL, em um movimento semelhante ao da CST, que rompeu com o mesmo partido há algumas semanas.

O artigo começa explicando a história do PSOL: “O início do governo Lula/Alencar em janeiro de 2002 e o nascimento do PSOL em 6 de junho de 2004 são acontecimentos que pertencem ao início da última grande crise da esquerda brasileira.” A esquerda brasileira de fato passou por uma crise com a vitória eleitoral de Lula, mas essa não se compara à crise que passou após o início da campanha golpista contra a presidenta Dilma. Organizações como o PSTU foram quase esfaceladas, o PSOL se desmontou. O PT perdeu dezenas de parlamentares eleitos, por pouco também não foi destruído pela Lava Jato. O principal dirigente do partido foi preso e uma parte do próprio PT não estava disposto a defendê-lo. Foi uma crise gigantesca, que continua até hoje.

O grupo então analisa que o PSOL tem os vícios do PT sem a sua maior virtude: “Entretanto, nascido da costela do petismo, a “revolta” parlamentar jamais logrou a superação da práxis petista. Ao contrário, com o crescimento eleitoral do PSOL, ficou claro que o partido guardava todos os vícios do petismo sem suas virtudes originárias: o valioso vínculo com a classe trabalhadora que o PT exibia em seus primeiros anos de existência”. O Revolução Brasileira precisou de tanto tempo assim para se dar conta de que o PSOL não tinha vínculo com a classe trabalhadora? O comentário é, acima de tudo, é uma campanha golpista, principalmente no que tange o ataque ao PT. Primeiro porque o PT ainda tem é ligado à classe trabalhadora, mesmo que de forma menos direta que no seu surgimento, principalmente devido à ausência de uma grande mobilização da classe operária.

O maior problema está justamente na análise do RB sobre o golpe de 2016: “O PSOL lutou na defesa do mandato da ex-presidente sem lograr diferenciação política com o liberalismo de esquerda encabeçado pelo PT. Na disputa eleitoral de 2018 lançou um candidato completamente submetido a Lula que amargou o maior fracasso eleitoral da história do partido numa disputa presidencial. Na eleição de 2022, simplesmente recusou a possibilidade de candidatura própria e aderiu à chapa petucana Lula/Alckmin já no primeiro turno da eleição presidencial. Não era apenas uma derrota, era uma rendição completa ao petismo”.

Primeiramente, o PSOL não lutou na defesa do mandato de Dilma, pelo contrário, participou de toda a campanha golpista. No último dia, apenas votaram contra no Congresso. Em 2018 o PSOL, ao invés de apoiar Lula, lançou um outro candidato, hoje financiado indiretamente pela CIA por meio do IREE. Dificultou a unidade da esquerda, em vez de fazer uma campanha ativa por sua libertação. Na eleição de 2022, o PSOL já sabendo que não teria nada a ganhar no corrida presidencial, chantageou o PT, principalmente com a candidatura do próprio Boulos a deputado federal. Não houve apoio a Lula, houve apenas o total oportunismo eleitoral. O PT transferiu seus votos a Boulos em SP, quando poderia ter mais deputados na Câmara, para dar apenas o pior exemplo.

A ex-corrente então define o PSOL de uma forma totalmente incorreta: “Hoje, não há a menor dúvida, de que o PSOL é um partido satélite do PT, orientado exclusivamente pela disputa de mandatos e governos estaduais e municipais.” O PSOL é, pelo contrário, um satélite do PSDB, e portanto do imperialismo dos EUA. Ele atua como a ala esquerda do imperialismo no Brasil. Prova disso é que seu principal dirigente se tornou Boulos, o homem a CIA na esquerda brasileira. O PT, sendo um partido bastante heterogêneo, tem setores que se aproximam do PSOL. Mas, de forma geral, o PSOL não tem nada a ver com o PT de forma geral, principalmente a ala de Lula.

Então o artigo usa o PSOL de base para expor sua política golpista: “A adesão ao governo, com a indicação de ministros e também de funcionários para o segundo escalão de ministérios, da mesma forma que a decisão de compor a base parlamentar do governo petucano, revela a mais completa derrota política.” A tese em si é errada, o PSB, o PSD, o União Brasil, o PCdoB tem ministérios. Isso é mais uma vitória do que uma derrota política. Mas ainda pior é a ideia do “petucano”, que na prática significa que Lula é um neoliberal que deve ser combatido. É o retorno da campanha golpista de 2016, de forma incipiente, velada.

E chegando ao final do texto os “revolucionários brasileiros” soltam a sua essência estilo PSTU: “A crise brasileira, entretanto, se aprofunda sem a alternativa de uma solução de natureza popular. No governo – apoiado pelo PSOL – Lula e Alckmin não expressam apenas impotência política e ideológica diante da ofensiva burguesa, mas a mais completa cumplicidade com a economia política do rentismo, essência da república burguesa em crise.” Lula seria um cúmplice do “rentismo”, seria submisso ao imperialismo, uma farsa. 

A acusação fica ainda pior: “A guerra de classes que a burguesia trava contra nosso povo não admite ambiguidades e, de nossa parte, não permite qualquer dose de cumplicidade com um governo que não é somente de conciliação de classe, mas, ao contrário, de completa adesão e representação dos interesses burgueses.” Lula na verdade aderiu completamente aos interesses burgueses. Deve ser esse o motivo que os EUA, a Globo, o Estadão, a Folha de SP, o Congresso e o bolsonarismo estão todos contra o presidente! É o mundo surreal da esquerda pequeno burguesa.

A loucura do RB só não impressiona pois a ex corrente está junto a outras organizações pequeno burguesas do mesmo tipo que aderiram todas ao golpe contra Lula. Ao que tudo indica o imperialismo prepara uma nova manobra ao estilo de 2016. Mas dessa vez a esquerda está com mais dificuldade de sustentar sua política golpista. O motivo é que a classe operária evoluiu em sua consciência, ao contrário da Revolução Brasileira, que parece estar com a cabeça no mesmo lugar que estava quando Dilma foi derrubada, Washington.

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