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Querem repetir 2016

PSTU chama PSOL a integrar bloco golpista de esquerda

Em matéria publicada em seu jornal online Opinião Socialista, PSTU ataca PSOL por não se juntar a eles em atos contra o governo

O agrupamento da esquerda pequeno-burguesa golpista no Brasil já se dá a olhos vistos. Ao mesmo tempo que a burguesia estampa as capas e editoriais de seus jornais com críticas à política econômica e à política internacional de Lula, procurando sabotar e engessar toda e qualquer tentativa do governo de realizar algo, partidos como PCB e PSTU já convocam atos e plenárias contra o governo.

Num período recente, foram chamadas plenárias e manifestações contra o que eles chamam de “arcabouço fiscal de Lula e dos banqueiros”, misturando aí a questão do marco temporal e de diversas reformas aprovadas em governos anteriores (trabalhista, previdenciária etc.), procurando criar um amálgama que faça parecer que o governo do PT nada mais é do que a continuação dos governos Temer e Bolsonaro.

Essa tática desonesta não é pura confusão política, mas algo deliberado para procurar indispor uma parte da população contra o governo e, ainda que a influência desses agrupamentos seja muito limitada, ela contribui para o estabelecimento de um “clima” golpista dentro da esquerda.

É nesse cenário que a página Opinião socialista, jornal online do PSTU, publica uma matéria com o título PSOL só poderá combater o arcabouço se romper com o governo. A matéria critica as emendas propostas por Chico Alencar, em nome da federação PSOL/Rede, para o arcabouço fiscal, a serem avaliadas pelo Congresso Nacional.

Ainda que as emendas propostas pelo PSOL sejam apenas para fazer um “jogo de cena”, já que muitas delas são propostas já feitas anteriormente pelo PT e que foram alteradas pela direita no Congresso, a crítica proposta pelo PSTU é com viés conspiratório e golpista contra o PT.

O articulista começa dizendo que “Não há dúvidas de que o arcabouço fiscal do governo Lula é um ataque aos trabalhadores e atende aos grandes capitalistas brasileiros e internacionais”. No entanto, é preciso destacar que isso é uma falsificação mal-intencionada. O arcabouço fiscal proposto pelo governo era muito diferente do que está sendo aprovado no Congresso agora.

Ainda que seja um projeto limitado e que não vá atender às necessidades orçamentárias do governo e às necessidades da população em geral, o arcabouço fiscal é, evidentemente, uma forma que o governo encontrou de amenizar um pouco o Teto de Gastos de forma a ser aceita pelo Congresso.

As propostas de Chico Alencar para procurar “suavizar” o arcabouço do Congresso são classificadas pelo PSTU como um “desserviço”. Segundo o Opinião Socialista, “Apresentar emendas para ‘despiorar’ o arcabouço fiscal é prestar um duplo desserviço aos interesses dos trabalhadores, em favor dos capitalistas. Primeiro, legitimará um projeto que ataca violentamente a classe trabalhadora, aposentados, serviços públicos e o povo pobre”. Um argumento surpreendente, visto que coloca a questão de uma suposta “legitimação” que estaria sendo dada pela esquerda para a aprovação do arcabouço.

No entanto, o Teto de Gastos aprovado pelos governos anteriores passou e vigorou durante anos sem a necessidade da legitimação de ninguém. Finalmente, algum teto ou arcabouço já será aprovado pelo Congresso, que não está interessado em liberar os gastos do governo de jeito nenhum, e a esquerda parlamentar está agindo segundo as próprias limitações do parlamento burguês, propondo emendas para ele. O necessário seria um grande movimento dos trabalhadores para romper a contenção nos gastos públicos, o que se direcionaria não contra o governo Lula, mas contra o Congresso.

O articulista continua: “Segundo, e talvez ainda mais importante, contribuirá para um retrocesso na consciência e organização da classe trabalhadora, difundindo a mentira e a ilusão de que um projeto comprometido com a responsabilidade fiscal, com os capitalistas, a quem o governo e o Congresso defendem, pode ser benéfico para os trabalhadores”. Ou seja, seria preciso abandonar totalmente qualquer tipo de apoio e tentativa de ajudar o governo a levar adiante a sua política, de mobilizar para conquistar as reivindicações dos trabalhadores, entre as quais várias já são propostas do presidente eleito.

O texto do PSTU ainda revela uma curiosa concepção sobre o funcionamento do governo. Quando ele tenta refutar a afirmação de Chico Alencar, que é correta, de que o arcabouço fiscal proposto pelo governo sofreu “cajadadas” do Congresso, ele afirma que isso se trata simplesmente de um “acordão” entre “governo, centrão e a direita”, com a finalidade de “aprovar um arcabouço fiscal que agrade ainda mais todos os setores capitalistas”. Se era essa a intenção de Lula desde o começo, então por que o governo não propôs um teto de gastos ao estilo de Temer? Esse sim sendo do agrado da burguesia de conjunto.

No entanto, as intenções por trás da matéria são reveladas ao seu final. Primeiramente, a matéria afirma que de nada serve criticar o arcabouço fiscal mas se colocar ao lado do governo, dizendo que isso seria “uma prisão perpétua na busca pelo eterno mal menor”, o que coloca a questão: qual é, então, a proposta do PSTU para essa questão?

A resposta vem logo abaixo: “é fundamental convocar a classe trabalhadora a não depositar confiança nesse governo”, afirma o Opinião Socialista. Ou seja, para a questão orçamentária não há proposta nenhuma, mas está claro que a proposta política é a de convocar o povo a se indispor com o governo Lula, e não com as instituições que amarram o governo.

Junto a isso, vem também a pressão para o PSOL se integrar ao setor golpista da esquerda pequeno-burguesa e preparar uma articulação com a finalidade de atacar o governo do PT. A CST (Corrente Socialista de Trabalhadores), de Babá, já atendeu ao chamado e se integrou ao bloco. No entanto, a corrente majoritária do PSOL permanece apoiando o governo.

Segundo a análise do PSTU, o PSOL teria se originado para se opor aos ataques do PT contra o povo, o que é incorreto. O PSOL é um setor mais oportunista que deixou o PT por ver a indisposição da burguesia com o Partido dos Trabalhadores. Ainda assim, o articulista afirma: “O PT segue governando aos capitalistas e, pelas circunstâncias, está ainda mais subalterno aos interesses dos monopólios internacionais, dos banqueiros e da burguesia brasileira a eles associada. O PT não mudou. Quem mudou foi o PSOL”, procurando colocar o suposto apoio do PSOL ao PT como uma capitulação.

Para finalizar, o articulista coloca que “Os ativistas devem romper com o governo e construir uma oposição de classe e de esquerda que se enfrente com o governo e também seja ponta de lança na luta contra a ultradireita”, demonstrando que a política do PSTU agora é chamar o PSOL a entrar em uma coalizão da esquerda pequeno-burguesa contra o PT, reproduzindo o cenário de 2016. Trata-se de uma clara preparação para um golpe de estado contra o PT.

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