Agora que os ataques de Alexandre de Moraes aos direitos democráticos da população já se tornaram tão escancarados que até mesmo a Folha de S.Paulo resolveu criticar o ministro, a direita neoliberal, procurando surfar na onda, decidiu se apresentar como a verdadeira defensora da liberdade de expressão. O Partido Novo, um partido de banqueiros que procura fazer demagogia com um setor de classe média, chegou até a publicar uma nota chamando o que Alexandre Moraes fez com Monark de censura.
A questão é: onde estava o Partido Novo quando Alexandre de Moraes censurou Monark pela primeira vez? Por onde andava o Novo quando “Xandão” censurou o PCO, um partido político? O partido, que inclusive tem deputados, conseguiu se omitir completamente do debate.
Ao serem questionados, os apoiadores do Novo procuraram dizer que a coisa “não era bem assim”. Que fulano de tal teria defendido a liberdade de expressão em inúmeras oportunidades. Daí, decorrem dois problemas. O primeiro é que falar que o Novo é contra a censura porque uma pessoa do partido era contra a censura é uma vigarice. Seria o mesmo que falar que o nazismo não era antissemita porque havia um soldado nazista que tirou uma foto abraçado com um judeu. Em segundo lugar, não passa de uma mentira. As pessoas apresentadas como filiadas ao Novo e defensoras da liberdade de expressão também se omitiram nos dois casos citados: a primeira campanha contra Monark e o bloqueio das contas do PCO na internet.
Há vários outros casos de omissão do Novo, naturalmente, mas apenas ficaremos nesses porque são suficientes para demonstrar nosso ponto. O Novo não tem como alegar, por exemplo, que não sabia desses casos. Ambos tiveram grande repercussão no Brasil inteiro. Então o que justifica o silêncio?
É bastante simples. A suposta defesa do Novo da liberdade de expressão não é uma defesa programática – isto é, não é parte de seu programa de fato. Quem defende a liberdade de expressão de fato são os comunistas, que vão até as últimas consequências em sua defesa.
Na tentativa desesperada de se mostrarem como bastiões da liberdade de expressão, apoiadores do novo ainda alegaram que todos os “comunistas” no Brasil são contra a liberdade de expressão. Isto é, que o comunismo, portanto, seria contrário à liberdade de expressão.
O problema, no entanto, não está com o comunismo, mas sim com os “comunistas”, que, assim como o Partido Novo, não passam de papagaios das modas criadas pela imprensa golpista.
São os comunistas que são contra a liberdade de expressão ou os pretensos comunistas que não passam de charlatões? O leitor pode tirar as suas próprias conclusões:
Rosa Luxemburgo: “A liberdade de expressão é sempre a liberdade para o que pensa diferente”
“Os social-democratas no nosso próprio país, assim como no mundo, defendem os princípios de que a consciência e as opiniões das pessoas são coisas sagradas e intocáveis”
Karl Marx: “A liberdade de imprensa é uma coisa ótima. Mas há pessoas más, que abusam da fala para contar mentiras, do cérebro para conspirar, das mãos para roubar, dos pés para desertar. Fala e pensamento, mãos e pés seriam coisas boas se não houvesse pessoas más para usá-los de forma errada! Nenhum remédio contra isso foi encontrado ainda”.