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Esquerda filo-imperialista

Washington Brazil Office, organização “meramente acadêmica”?

As universidades são um dos principais focos da intervenção imperialista por meio das ONGs, em todo o planeta e obviamento no Brasil, onde a Open Society tem até ministério

O financiamento do imperialismo a ONGs para influenciar na política dos países oprimidos já é de conhecimento público. Há inúmeros exemplos e os principais financiadores costumam estar ligados a Open Society ou a Ford Foundation. Em um evento na UFSC, a Conferência da professora de Relações Internacionais, no entanto foi abordada essa questão, principalmente em relação ao Instituto Washington Brazil Office, que deveria levantar o alerta vermelho. Fica claro que essa organização está infiltrada nas universidades para aplicar a política do imperialismo. 

O evento que aconteceu em maio fez um interessante debate sobre o financiamento dos EUA a ONGs. Ao fim, quando se abriu espaço para as perguntas uma das espectaras quis saber a relação entre o IPES e o IBAD, ONGs que prepararem o golpe de Estado em 1964, e o WBO. A professora da UFSC no entanto, que teve facilidade de falar das antigas organizações, parecia estar pisando em ovos para falar do WBO. A sua resposta foi a seguinte:

“Com o IPES e IBAD o imperialismo viu o que deu certo e o que não deu. No Departamento de Estado viram que a tática do IBAD tendia a dar problemas. Ele abordava os congressistas brasileiros para os comprando para fazer campanhas, era tão escancarado que os deputados assinavam contratos ideológicos. Em determinado momento a maioria dos congressistas do Brasil era financiado. O IPES por sua vez deu muito certo. Existe uma relação muito clara entre o antigo IPES e os institutos ‘liberais’ (MBL) hoje. O modo de atuação é bastante similar, divulgação de textos, de livros, tradução de livros, programas para ir nas escolas, etc. Hoje que não temos mais a justificativa de contenção do comunismo, os ataques militares não tem tanto espaço. Para apresentar o terreno é preciso fazer manobras menos visíveis.”

Esse primeiro comentário é crucial. Ele mostra que o imperialismo aprendeu com o seu passado golpista como desestabilizar governos. O IPES foi uma ferramente crucial para derrubar o governo de Jango. O MBL por sua vez foi uma ferramente crucial para derrubar a presidenta Dilma. Naquela época o marinha dos EUA também ameaçava o governo com uma frota próxima ao litoral. Com a crise militar as ONGs se tornam cada vez mais importantes. Isso ficou claro também no caso da Rússia. O imperialismo tenta desestabilizar a própria Rússia e países vizinhos como Cazaquistão, Bielorrússia e Geórgia. Afinal no quesito militar está ficando claro para todos que a OTAN não consegue vencer.

Mas o que preocupa é a segunda parte da resposta da professora: “O Brasil Washington Office não é um desses institutos ao estilo IPES e IBAD. Ele busca ser mais progressistas, é formado por brasilianistas nos EUA. Um deles é o James Green outro é o Rafael Ioris. Eles montaram essa organização acadêmica durante o governo Bolsonaro para pressionar o governo estado-unidense a ter uma perspectiva critica com relação ao que acontecia no Brasil. E dentro do possível tensionar um pouco. Eles formulam diretrizes e encaminham para lá.” 

Ao que parece a UFSC tem relações diretas com esse WBO, é a única explicação para a contradição total. As universidades são uma grande frente de influência das ONGs. Isso foi visto também no Irã e no Afeganistão. Os setores pequeno burgueses são cooptados pelo imperialismo para atuar contra o governo. O próprio MBL tinha como base de ação inicialmente o movimento estudantil. Na Venezuela também houve uma intervenção imperialista para cooptar esses setores da juventude. No quesito dos professores isso é ainda mais fácil, o caráter burocrático da universidade já estimula esse tipo de cooptação.

Basta fazer uma pesquisa rápida no sítio do WBO para encontrar as relações com os mesmos, que estão atrelados ao MBL. Na seção de apoiadores consta a própria Open Society, o Action for Democracy e o Instituto Clima e Sociedade. Na seção de parceiros estão presentes Us Network for Democracy in Brazil, Amazon Watch, Just Foreign Policy, Friends of the Earth United States. Ao analisar essa lista não se ve nada de “progressita” como afirmou a professora. Apenas mais uma tradicional organização imperialista ao estilo de todas as demais ONGs. 

A organização, que já tem o nome extremamente escrachado, Washington Brazil Office, claramente é uma fachada do imperialismo para atuar no Brasil. Os professores citados influencia os professores brasileiros que por sua vez terão uma influência política nos alunos e nos demais professores. É essa categoria que no último mês aderiu de cabeça na campanha golpista contra o arcabouço fiscal, invés de por exemplo aderir a luta pelo fim da independência do Banco Central. 

O professor James Green da Brown University é especializado em questões de sexualidade e escreveu livros como: História do movimento LGBT no Brasil e Homossexualidades e a ditadura brasileira: Opressão, resistência e a busca da verdade. Já o professor Rafael Ioris escreve sobre questões da Amazônia: Frontiers of Development in the Amazon: Riches, Risks, and Resistances (Fronteiras do desenvolvimento na Amazônia: Riquezas, Riscos e Resistencias) e Qual Desenvolvimento? Os Debates, Sentidos e Lições da Era Desenvolvimentista. O que se vê aqui é a cartilha clássica do imperialismo, o identitarismo LGBT e a questão ambiental, voltada para a Amazônia e “discutindo” o desenvolvimento.

O WBO, só por ser financiado pela Open Society, já deveria se expulso do Brasil, assim como as demais ONGs. Mas ao se observar a sua atividade prática isso fica ainda mais evidente. O identitarismo é a política geral do imperialismo para intervir na esquerda, isso te um impacto geral. Mas a questão amazônica é ainda mais relevante, é uma campanha imperialista que ataca a própria integridade do território nacional. O WBO forma uma quinta coluna no Brasil a serviço dos EUA para entregar a Amazônia. Interessante que a posição do professor Ioris se assemelha muito a de Marina Silva, que também é financiada pela Open Society. No que tange as ONGs falar que são “organização acadêmica” portanto deveria apenas tornar tudo mais suspeito.

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