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Atos pelo meio ambiente

Os suspeitos de sempre

Ato soa como mais uma tentativa de organizar um novo “não vai ter copa”. Neste momento, o alvo é o presidente Lula

ambientalista ongueiro

No último domingo (18 de junho), uma “multidão” de “brasileiros” muito “preocupados” com as mudanças climáticas e os povos indígenas, saíram às ruas pedindo “justiça”. Ao menos isso é o que os grandes monopólios de imprensa e as ONGs vinculadas aos países do eixo euro-estadunidense querem que você pense. 

No entanto, o que ocorreu no dia 18 de junho não reuniu mais que poucas centenas de pessoas na Av. Paulista, além de algumas dezenas por outras capitais do país que não somam os dedos de uma mão. Foram levantadas bandeiras em “defesa” dos povos indígenas, do meio ambiente e dos ministérios que estão sendo esvaziados de suas competências

Podemos observar que o núcleo de ação do ato deste último domingo encontra-se no movimento chamado “políticas ambientais ficam!”, assinado por diversas ONGs de prolífico trabalho contra as nações de capitalismo atrasado, tais quais a WWF e o Greenpeace. Além disso, o tal movimento é promovido por figuras como o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ).

Tudo soa como mais uma tentativa de organizar um novo “não vai ter copa”, um movimento made in Washington para desgastar o mandato da presidente Dilma Rousseff. Neste momento, o alvo é o presidente Lula. Tenta-se criar uma frente dirigida pela ala social-liberal do imperialismo, arregimentando setores da burguesia brasileira diretamente associados ao eixo euro-estadunidense e até mesmo à pequena burguesia cosmopolita, que acha “muito feio” como o Brasil é malfalado quando viaja para Paris. 

A verdade é uma só: a ala “ONGueira” dos ministros do governo, que são diretamente vinculados aos órgãos do imperialismo no Brasil — tais quais Marina Silva, Sônia Guajajara e Silvio Almeida — Devem ser substituídos imediatamente, é necessário retirá-los do governo, isolar esse agrupamento político que serve apenas como um núcleo conspirativo que busca golpear o próprio Presidente. 

Lula está cercado por todos os lados. Eliminar a ala “ONGueira”, abre maior espaço para manobra, alivia a pressão que o governo sofre da burguesia nacional e do imperialismo. O que os atos esvaziados do dia 18 nos mostraram é que essa ala, promovida diuturnamente pela imprensa, está muito enfraquecida. E, apesar da grande campanha, o povo brasileiro está mais cético em relação às convocações para atos contra o governo petista. Percebe-se que, apesar da incompetência da esquerda nacional, o trabalho de grupos como o PCO e de atores independentes, como a professora Nazira Camely, surtiu efeitos em minimizar a força de ações de rua promovidas pelos fantoches do imperialismo. 

As lições do dia 18

A tentativa de se fomentar uma oposição nas ruas “pela esquerda” ao governo Lula falhou, por hora. Mas é clara a tendência fundamental que guia as ações dos grupos ligados ao imperialismo, todas as ações que logrem o desenvolvimento nacional, mesmo que nos marcos do neoliberalismo, serão interditadas. Apesar da risível mobilização para o ato do dia 18, vemos que nos terrenos institucionais, o imperialismo ainda encontra ampla capacidade de implementar sua agenda. 

É também importante salientar que, apesar de pouco desenvolvido, mais recursos serão disponibilizados para constituir um consenso nacional “antidesenvolvimentista”. Tal ação já é alardeada, de forma descarada, por diversos atores no território brasileiro. Vide a ministra Guajajara, que em 2020 se pronunciou contra — não aos abusos ambientais da mineração e da produção elétrica — mas contra a própria regulamentação da mineração e das hidrelétricas em terras indígenas. 

Alguns poderiam argumentar que Guajajara se colocava contra a regulamentação de Bolsonaro. No entanto, o que se observamos no decorrer do governo Lula, vindo da ala ONGueira da qual Guajajara faz parte, é uma ação concertada para sabotar o governo Lula e, fundamentalmente, implodir qualquer possibilidade de desenvolvimento nacional. Como exemplo, tomemos a ministra Marina Silva, que defendeu na câmara dos deputados a política de tornar a Petrobrás uma empresa de energia não apenas vinculada ao petróleo. O comentário pareceria inocente, se ao fim a ministra não revelasse a urgência que deseja realizar a transição para a exploração de fontes renováveis, sem nenhuma consideração técnica: “Nós com carvão, gás e petróleo conseguimos avanços enormes. Só que o uso dessa fonte de energia [hidrocarbonetos] está levando para a destruição do planeta e o mundo está tendo que transicionar para novas fontes”. Para além da escatologia da mudança climática, a ministra não conseguiu apresentar alternativas para o desenvolvimento nacional, para além da necessidade do óbvio “investimento em novas fontes de energia”. 

Enquanto o Brasil emite menos gases poluentes que o Canadá, Alemanha e Estados Unidos (e ainda estamos desconsiderando como a Europa, bastião das “fontes renováveis de energia”, retorna à queima de carvão) nós, brasileiros, estamos sujeitos a desenvolver a vanguarda de uma nova tecnologia energética, enquanto deixamos nosso povo na miséria, interditado qualquer desenvolvimento considerado “poluente”.

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