Nesta segunda-feira, foi ao ar o programa Análise Internacional, transmitido pelo canal oficial do Diário Causa Operária no YouTube e também pelo canal Arte da Guerra, também do YouTube. O programa é a principal mesa redonda de política internacional da internet e tem a presença dos comentaristas Rui Costa Pìmenta, presidente nacional do PCO, e do Comandante Robinson Farinazzo.
Nesta última edição, o tema destacado foram os cinco anos da tentativa de golpe na Nicarágua, protagonizado pela extrema-direita, que saiu às ruas em atos violentos que resultaram na morte de 300 pessoas.
Sobre o caso, Rui Pimenta destacou que o que mais chama atenção a respeito da tentativa de golpe da Nicarágua não é o golpe em si, porque esses ocorrem na América Latina e nos outros países do mundo a todo momento, mas a repercussão que isso teve na esquerda nacional.
A maioria da esquerda brasileira apoiou o golpe na Nicarágua e começou a propagar a campanha do imperialismo de que Daniel Ortega seria um grande ditador repressivo, algo totalmente farsesco.
Entre as justificativas para essa acusação, temos a de que ele reprimiu os manifestantes de extrema-direita que saíram às ruas contra seu governo neste período em 2018, no entanto, é preciso chamar a atenção que os manifestantes foram responsáveis pela morte de 27 policiais, o que mostra que não era simplesmente uma manifestação, mas um levante de extrema-direita, com pessoas armadas e com disposição para matar.
“A situação que se tem”, continua Rui, é que “um país pequeníssimo da América Central, que é sistematicamente pisoteado pelo imperialismo, é caluniado pela esquerda dessa maneira”. Ele também chama atenção para o fato de que a esquerda acredita nos relatórios farsescos da ONU, o que configura uma capitulação ideológica total diante do imperialismo. Tanto a ONU quanto organizações do imperialismo, como a Human Rights Watch, afirmaram que o governo estaria assassinando a população, o que é uma farsa absurda.
Inclusive, não se fala da ação violenta da oposição, que matou também membros civis do governo nicaraguense e queimou vivos alguns apoiadores de Ortega.
O Comandante Robinson Farinazzo chama atenção para o que ele considera ser o tempo de vida útil de uma revolução colorida. Segundo ele, é um processo que raramente ultrapassa os 3 meses de duração e o mesmo ocorreu na Nicarágua. Ele afirma que é impossível criar manifestações do tamanho das que ocorreram lá sem a intervenção e financiamento do imperialismo. O mesmo ocorre em diversos outros países. Ele também comenta que o povo da Nicarágua tem uma capacidade de resistência muito forte, haja vista a revolução Sandinista.
Outro tema abordado no programa foi a questão dos processos contra Donald Trump. Foi perguntado para o Comandante Robinson Farinazzo se ele considerava que os processos contra Trump seriam uma espécie de “revolução colorida” acontecendo nos EUA. O Comandante levantou que os EUA estão em uma crise muito profunda, com diversos problemas ameaçando a própria integridade do país. Entre eles, está a questão de um movimento sendo lançado para pedir a separação do Texas do restante do país, a crise econômica que se aprofunda a cada dia, o fato de o governo norte-americano enviar bilhões de dólares para a Ucrânia enquanto tem gente dormindo na rua nos Estados Unidos, além de uma crise iminente na fronteira sul do país com o México.
O Comandante levanta que um setor da direita brasileira acredita que Trump seria uma solução para a questão norte-americana, no entanto, ele afirma que não vê qual solução possível haveria para esse problema, comentando que Trump só poderia adiar um pouco a debacle total do país.
Rui Pimenta comentou esse fato por outro ângulo, levantando a questão de que a perseguição contra Donald Trump é um demonstrativo de que há uma disposição do imperialismo em fazer qualquer coisa que for necessária. Uma coisa é perseguir uma pessoa que não tem nenhuma influência e nenhum poder político, como Julian Assange. Outra muito diferente é o que fazem contra Donald Trump.
Após esse comentário, Rui lembrou diversas atrocidades já cometidas pelo imperialismo em sua história, como as duas bombas atômicas no Japão, comentou também a respeito de uma operação chamada “Operação Gládio”, organizada pela OTAN e que consistia na organização da extrema-direita em diversos países da Europa, para que tomassem o poder, nos anos 50, 60 e 70. A conclusão que se deve tirar é que, por pior que seja Donald Trump, quem está do outro lado levando adiante a perseguição contra ele é muito pior e capaz de coisas muito piores.
Muitos outros temas foram objeto de debate no programa, inclusive com a participação dos espectadores, que enviaram perguntas e comentários para serem respondidos ao vivo. Para assistir toda a discussão, basta acessar o vídeo abaixo. Além disso, não perca a próxima transmissão ao vivo do programa, no canal do Diário Causa Operária, transmitido simultaneamente no canal Arte da Guerra, no YouTube.