Neste sábado (17), militantes do PCO foram a um festival de salsa e cultura cubana no memorial da América Latina. No entanto, seguranças no local impediram que os militantes distribuíssem panfletos.
O anúncio na internet sobre o 1º Festival Cubano de La Salsa dava conta de que seria um evento cultural e foi promovido pelo Consulado Geral de Cuba de São Paulo e organizado pela Associação Latino Americana de Arte e Cultura / Memorial da América Latina. O Memorial, como todos sabemos, está sob administração do governo do estado, ou seja, sob comando do bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Stefania Robustelli, do coletivo de mulheres do PCO, relata que ela e Lúcio Souza foram ao evento para distribuir panfletos em defesa de Cuba. No local encontraram o cônsul cubano e mais um pessoal do consulado por quem foram muito bem recebidos.
A partir daí, começaram a caminhar entre as pessoas, e conversavam tranquilamente com os presentes. Em um instante, quando estava um pouco mais de lado conversando com um rapaz do público, Lúcio teve seus panfletos subitamente arrancados das mãos por um segurança, mas o militante logo os tomou de volta. O segurança o ameaçou dizendo que iria tirar seu material à força, caso não fosse guardado.
Lúcio resolveu procurar Stefania para relatar o comportamento do segurança e descobriu que esta também tinha sofrido uma abordagem violenta. Ela relata que foi abordada por dois seguranças dizendo que se tratava de um evento cultural e não se poderia falar em política, e até reclamou da roupa da companheira, que usava uma camiseta com a estampa de Rosa Luxemburgo e um boné do PCO.
Stefania rebateu e disse que aquilo era um absurdo, que não tinha nenhuma base legal, mas o segurança mentiu e disse que se tratava de ordem do consulado. A militante deu as costas e continuou tranquilamente a distribuir os panfletos nas mesas, quando uma segurança veio por trás e arrancou seus panfletos, enquanto outro tentava arrancar sua bolsa e amassava os impressos.
Uma ação covarde, como já era de se esperar, uma vez que estava sendo organizado por um governo fascistoide.
Campanha
O PCO tem feito eventos em apoio ao povo cubano e denuncia o bloqueio criminoso à Ilha, que há mais de sessenta anos tem sido impedido de se desenvolver plenamente.
As sanções econômicas e o bloqueio, poucos sabem, impedem que Cuba tenha acesso pleno ao comércio internacional, o que tem provocado enormes prejuízos à economia. Qualquer empresa que tente comercializar produtos com a Ilha não pode ter em sua composição mais de 10% de tecnologia americana, seja em peças, seja em propriedade intelectual. Por isso, não se consegue comprar equipamentos para indústria, equipamentos agrícolas, educacionais, hospitalares etc.
Para se ter uma ideia do que é esse crime contra a humanidade que se vem praticando sem interrupção há mais de seis décadas, os cubanos foram proibidos de comprar ventiladores pulmonares em plena pandemia de covid-19. Foram proibidos de comprar insumos para a produção de vacinas e até mesmo seringas descartáveis.
Como um país pode ser proibido de comprar equipamentos para tratar da saúde da população? A ONU nada faz contra os Estados Unidos, mas sempre se apressa a acusar outros governos de genocídio.
Apesar dessa tentativa do governo americano de matar o povo cubano, ainda assim eles produziram cinco vacinas próprias, inclusive foram os primeiros a vacinar crianças. Cuba mandou seus médicos, que a grande imprensa brasileira gosta de chamar de escravos, para combaterem a Covid na Itália, um país rico.
A defesa de Cuba
No Brasil, praticamente apenas o PCO tem feito uma defesa radical da Revolução Cubana, mas isso deveria ser uma bandeira de toda a esquerda e mesmo daqueles que se dizem defensores da democracia.
Não podemos permitir, nem podemos nos calar diante de uma completa crueldade e ilegalidade promovida pelo país mais poderoso do mundo e contra uma Ilha, cuja população quer ter o direito de moldar o próprio destino.
Importante:
Veja no vídeo abaixo que o próprio cônsul de Cuba convidou as pessoas para irem ao evento, o que mostra que o Memorial, o Estado, que estava controlando a atividade, não tinha o direito de reprimir militantes em uma atividade que deveria ser democrática.
O trecho em questão está em 1h32m: