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€ 2,81 trilhões

Dívida italiana atinge recorde com política suicida contra Rússia

A dívida pública italiana corresponde a 144% do PIB, enquanto inflação dispara

A Itália enfrenta uma gigantesca crise econômica. A dívida pública do país aumenta rapidamente, com um acréscimo de € 22 bilhões (R$ 116,11 bilhões) em abril em relação ao mês anterior. Assim, a dívida atingiu um novo recorde de € 2,81 trilhões (R$ 14,83 trilhões), segundo os dados mais recentes do Banco Central. Em março, a dívida totalizava € 2,79 trilhões (R$ 14,73 trilhões), indicando um aumento significativo em apenas um mês.

De acordo com dados do Eurostat, a dívida pública italiana agora corresponde a 144% do produto interno bruto (PIB). Se a dívida fosse dividida igualmente entre a população italiana, cada pessoa teria uma dívida soberana de mais de € 46.000 (R$ 242.784).

A situação econômica italiana, há tempo, está um caos. No final do primeiro ano da pandemia da Covid-19, em 2020, a dívida pública representava 155% do PIB. Agora, mesmo com a retomada econômica pós-pandemia, a situação continua catastrófica. 

A recuperação da economia italiana está sendo prejudicada por uma série de fatores. O país está sendo esmagado pela política monetária do Banco Central Europeu (BCE). As autoridades italianas argumentam que os aumentos nas taxas de juros para conter a inflação têm exacerbado ainda mais a pressão financeira sobre o segundo país mais endividado da Eurozona, atrás apenas da Grécia.

Além disso, a posição contra a Rússia assumida pelos governos anteriores, e mantida pela atual primeira-ministra Giorgia Meloni, de extrema direita, é um tiro no pé.

Meloni é uma figura contraditória. Integrante do partido Fratelli d’Italia, apoiadores do ex-ditador fascista Benito Mussolini, a atual primeira-ministra italiana não assumiu a mesma posição da extrema direita europeia contra a OTAN na guerra da Rússia. Ao contrário, Meloni é defensora dos atlantistas e manteve a submissão do país aos interesses da Aliança Atlântica, liderada pelos Estados Unidos.

No entanto, a política realizada pelos EUA não leva em conta o interesse de seus “aliados” europeus. As sanções contra a Rússia após o início da operação militar na Ucrânia estão prejudicando profundamente as economias europeias. A Itália, seguindo a política dos EUA, se encontra em um beco sem saída. O país enfrenta altos custos de energia e interrupções nas cadeias de suprimentos, com o aumento da inflação. A crise de custo de vida no país contribui para o aumento da dívida pública à medida que o setor público se endivida cada vez mais.

Mesmo com fraquíssimos sinais de desaceleração, a inflação fechou o mês de maio com alta de 0,3% em relação a abril, segundo o Instituto Nacional de Estatística (Istat). No entanto, o Índice de Preços de Consumo para a Coletividade (NIC) registrou crescimento de 7,6% na comparação com maio de 2022. Bens energéticos não regulamentados, como combustíveis, subiram 20,5% em maio em relação ao ano passado. Os preços de alimentos manufaturados cresceram 13,4%, os de serviços de transporte, 5,5%, os alimentos não manufaturados, 8,9%, e serviços de habitação, 3,4%.

Em oposição a isso, a Rússia, alvo das sanções do imperialismo, tem a menor inflação da Europa. O primeiro-ministro Mikhail Mishustin afirmou, durante fórum empresarial em Xangai, em maio, “até o início de maio, a inflação desacelerou para 2,3% em relação ao ano anterior. Esse é o número mais baixo entre todos os países europeus”. A queda foi acentuada, pois, em fevereiro, o indicador estava em 10,99%.

Em comparação, a Alemanha, maior economia da região, viu os preços crescerem a uma taxa de 7,2%, enquanto a França teve uma inflação de 5,9% e a inflação anual na zona do euro foi registrada em 7%.

Mishustin também anunciou que a taxa de desemprego na Rússia havia caído para um recorde de 3,5% e destacou que a economia russa como um todo estava prosperando apesar da pressão das sanções ocidentais.

Percebe-se, então, que as sanções afetaram mais os países europeus do que quem se pretendia atingir. Para tentar reverter os efeitos negativos do boicote à Rússia, o presidente da gigante estatal de energia Eni, Claudio Descalzi, afirmou que a Itália vai encerrar completamente sua dependência de gás russo no inverno de 2024-25. Ele disse que, já em 2023, a Itália irá eliminar até 80% do gás russo.

Para isso, os italianos estão buscando uma expansão dos negócios com a Argélia, que recebeu visita de Meloni recentemente. 

Há dois anos, a Argélia fornecia à Itália cerca de 21 bilhões de metros cúbicos (bcm) de gás natura. Agora, os números aumentaram para 25 bcm. Em 2024, Roma planeja aumentar as importações de gás do país africano para 28 bcm. O país depende de importações para quase 75% de sua energia. No início de 2022, ele recebia 40% de seu gás da Rússia, mas as importações caíram posteriormente devido a sanções a Moscou e à sabotagem dos EUA ao gasoduto Nord Stream 1.

Assim, os EUA demonstram os amigos do urso que são. Além dos países atrasados, os norte-americanos colocam sob sua tutela alguns países imperialistas europeus. Esses, no que lhes concerne, estão levando uma política suicida, que prejudica extraordinariamente suas economias. O caso italiano é um exemplo disso.

À medida que a crise aumenta, o fardo é jogado nas costas dos trabalhadores, que precisam encarar o aumento do custo de vida. Por isso, crescem as manifestações contra a guerra na Ucrânia — não para atacar a Rússia, mas para contestar o envio de armas ao país vizinho controlado pela OTAN.

A crise italiana persiste há anos e não há previsão para sair dela.

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