Entre os dias 9 e 11 deste mês realizou-se, na quadra dos bancários em São Paulo, a III Conferência Nacional dos Comitês Luta com a presença de mais de 850 participantes, que vieram em caravanas de praticamente todas as regiões do País contando com a representação de vários movimentos sociais, partidos políticos de esquerda e de diversas categorias de trabalhadores.
Dentre essas categorias, bancários de diversas regiões estiveram presentes e representados nas mesas temáticas, que aconteceram ao longo da conferência e, também, nas discussões dos grupos que foram separados por categorias: mulheres, negros, cultura, luta pela terra e moradia e sindical, cujas resoluções seriam levadas para a aprovação na Plenária final da conferência.
Umas das questões mais debatidas no grupo sindical, dentre outras de extrema importância como a luta por emprego, por melhores salários, contra as privatizações e o rebaixamento salarial e as terceirizações, foi debatida a urgência da criação de comitês de luta em todas as dependências de trabalho.
A discussão foi no sentido de que a melhor forma de organização nos locais de trabalho são os Comitês de Luta feitos pelo conjunto dos trabalhadores e que os mesmos são organismos de controle dos trabalhadores sobre as relações de trabalho e de produção dentro das empresas. Houve um consenso entre os participantes, para que se tenha uma melhor efetividade com esse trabalho, a necessidade de criar comitês em todas as repartições, no caso dos bancários realizar esse trabalho nos setores de tecnologia, nas agências e departamentos maiores, e que esses comitês devem ter o critério de eleição direta de representantes, eleitos por todos os trabalhadores, ou seja, aqueles que são ou não sindicalizados, sendo que os critérios de eleição, estatuto e outras regras mínimas não podem ser empecilhos para a estruturação dos Comitês.
Em todo esse processo, a dificuldade principal não está em eleger e encaminhar esse processo. O obstáculo maior são as próprias direções sindicais que se recusam, por medo de perder o controle sobre a categoria, a construir organismos próprios de luta dos trabalhadores. Se chegou a um consenso de que é preciso romper com esse obstáculo e avançar.
A discussão foi no sentido de que a categoria vem sendo sistematicamente atacada pela política reacionária dos banqueiros através das demissões em massa, descomissionamentos, fechamento de agências e departamentos, terceirização, assédio moral para o atingimento de metas de venda etc. e que é preciso dar um basta a essas investidas dos patrões e que somente a mobilização e a organizações dos trabalhadores poderão ser um freio nessa situação.
Além da participação dos bancários nas discussões e resoluções que foram aprovadas na conferência, outro momento importante foi a solidariedade das entidades sindicais dos bancários à III Conferência Nacional dos Comitês de Luta, principalmente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região que cedeu o espaço da Quadra dos Bancários, localizada no centro da cidade para o evento e, também, do Sindicato dos Bancários de Brasília que, através da sua campanha “Quem tem fome tem pressa”, doou 40 cestas de alimentação para os indígenas do Mato Grosso do Sul que hoje estão sofrendo de desnutrição nas suas aldeias em consequência da política genocida do governo do estado, através dos governadores golpistas do PSDB, Eduardo Riedel, que além de matar literalmente os índios de fome está organizando uma perseguição sanguinária contra eles a mando dos latifundiários da região.
Que a III Conferência seja mais um pontapé no sentido de ser uma alavanca no desenvolvimento da organização da luta da classe trabalhadora da cidade e do campo, cujo objetivo seja mobilizar as amplas massas pelas suas reivindicações fundamentais.