Em entrevista ao canal TV 247, Fernando Horta afirmou que Lula irá “reconstruir o centro político”. Eis aqui a pior coisa que Lula poderia fazer no governo dele.
Contudo, Fernando Horta acredita ser um grande negócio se Lula conseguisse aproximar o centro: será um “desafio” para Lula. Ele acha possível a “aproximação de Valdemar Costa Neto e outros partidos de centro ao governo” e o “afastamento dos fascistas”.
Será mesmo que o chamado centro, que nada mais é do que a direita, quer se aproximar de Lula e apoiá-lo? É uma ilusão de Fernando Horta acreditar nisso e logo podemos ver de onde vem essa ilusão. Ele acredita, por exemplo, que Valdemar Costa Neto, um bolsonarista, não é fascista, mas “de centro”.
Para Horta, a direita tradicional, aquela que deu o golpe de Estado, não é fascista. Ela teria se comovido e se convencido de que Lula é bom e Bolsonaro é ruim e deve se realinhar com um “projeto equilibrado e democrático”. Em que planeta vive Fernando Horta? Como pode, depois de tudo o que aconteceu, alguém acreditar que o PSDB e sua turma seriam democráticos? A explicação de Horta é a de que eles teriam se “transformado”. Segundo ele, os partidos de centro e centro-direita teriam percebido que foram “prejudicados pelo radicalismo e pela polarização política”.
É uma colocação tão ingênua que dá pena. Horta crê que os partidos mais direitistas, mais ligados ao regime golpista, estão comovidos e acordaram para a democracia. E ele acredita que eles são democráticos e os bolsonaristas são fascistas, como se os piores fascistas não fosse o chamado “centro”, que é quem domina o País há décadas. Ele acredita que o “centro” deixou de ser fascista e bolsonarista, quando na realidade estão preparando um novo golpe.
O pior de tudo nas colocações de Horta não é sua ingenuidade. O pior é achar bom que Lula “reconstrua o centro”.
O que significa isso? Significa que os partidos mais poderosos e ligados ao imperialismo, que por conta da polarização ficaram totalmente enfraquecidos, sejam ressuscitados. Ele quer que o PSDB, que na eleição passada perdeu até o Estado de São Paulo depois de décadas, ressurja das cinzas. Ele quer fortalecer os partidos do imperialismo no Brasil, muito pior que qualquer bolsonarismo.
É preciso entender que o principal inimigo do povo é a direita pseudo-democrática. Foi ela que destruiu o País, que deu o golpe, prendeu Lula e elegeu Bolsonaro. É ela que agora tenta implantar no País um regime de exceção, usando o Judiciário, porque se dependesse de votos, ela não seria mais nada. É preciso acabar com esse “centro” de uma vez por todas, não reconstruí-lo.