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Henrique Simonard

“Há um movimento organizado para minar o movimento estudantil”

Diretamente da III Conferência Nacional dos Comitês de Luta, Henrique Simonard, da Direção Nacional do PCO, deu a sua declaração ao plenário

Nesse sábado (10), ocorreu o primeiro dia de debates da III Conferência Nacional dos Comitês de Luta. A primeira mesa, relativa à educação e saúde, contou com a presença de diversos companheiros dos movimentos populares.

Dentre eles, Henrique Simonard, membro da Direção Nacional do Partido da Causa Operária (PCO) e do Comitê Central Nacional da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), deu uma declaração ao plenário. Confira, abaixo, a sua fala na íntegra:

“Eu gostaria de agradecer aqui aos companheiros que estão presentes nessa conferência. É bom repetir isto, pois é uma conquista muito grande a gente fazer uma conferência como esta.

Quem estava aqui em 2018 viu o quão importante foi a conferência para organizar a luta pela libertação do companheiro Lula, assim como a luta pelo registro da candidatura dele e todo o movimento de luta contra o golpe, assim como a luta durante a pandemia, em 2020 e 2021.

Essa conferência aqui tem um papel de suma importância, pois temos muitas reivindicações dos trabalhadores dos movimentos da terra, da juventude, dos sem teto. Enfim, são muitas reivindicações que a gente tem que levar adiante para o governo, para a gente não ficar só na defensiva que nem a gente ficou nos últimos tempos pedindo não ao golpe, fora Bolsonaro etc. Agora está na hora de a gente partir para ofensiva, reivindicar as coisas que os trabalhadores têm que conquistar. Conquistar o que é nosso, que foi tirado da gente, por exemplo, a Eletrobras.

Querem também privatizar Petrobras. Tem uma série de coisas que a gente não pode simplesmente voltar atrás no que tinha antes do golpe, mas recuperar isso daí e também aproveitar esse governo de esquerda para ter novas conquistas. 

Falando um pouco agora mais sobre a questão da juventude, a gente tem um problema sério com a juventude nesse momento, um momento de muita importância na nossa luta. A gente tem no movimento geral uma crise das direções da juventude. A gente vê que nesse momento a juventude está tomada por um discurso identitário carreirista, que não levam adiante as reivindicações verdadeiras da juventude, que são educação, saúde, o livre acesso às universidades, o fim do vestibular para que as pessoas passam de fato ingressar e ter acesso ao estudo superior de qualidade.

Uma parte da Juventude está jogada às drogas sem perspectiva porque não têm emprego e não têm condições de entrar no mercado de trabalho. Existe uma crise geral que obviamente afeta a juventude, leva uma parte da juventude para as drogas, então o trabalho com a juventude é muito importante nesse período. Inclusive uma das tarefas principais que nós teremos aqui depois dessa conferência é ir nas escolas, nas universidades, nos institutos federais e é formar comitês da Juventude, formar comitês de bairro da Juventude, para a gente levar essas reivindicações e fazer um trabalho sério de discussão com a juventude.

Essa discussão do identitarismo que eu citei aqui mais cedo é um verdadeiro câncer para o nosso movimento de jovens, é uma discussão que leva somente ao carreirismo, que confunde o pessoal ao invés de a gente debater como a gente vai fazer para botar mais universidades, como é que a gente vai fazer para ingressar o pessoal no ensino superior, como é que a gente vai fazer para ingressar na juventude no mercado de trabalho. A gente está aqui discutindo e brigando entre a gente, dividindo os setores dos oprimidos para saber quem que vai ter representação, quem que vai ter mais representatividade, quem que está representado, quem que não está, quem que vai ter acesso à bolsa, quem que não vai ter. 

O identitarismo é um verdadeiro distracionismo que a burguesia criou para gente ficar se digladiando aqui e não consiga se unir. Precisamos de um outro eixo de luta que a gente precisa levar adiante. É muito importante a gente levar um programa de reivindicação contra essa reforma no ensino médio que está arrasando o ensino médio brasileiro, está tirando matérias importantes dos currículos dos jovens e a juventude se vê sem perspectiva, sem um currículo completo para entender o mundo em que ela vive o mundo que ela está inserido e ter uma atuação. Há claramente um movimento organizado para minar o movimento estudantil. Então uma das ações essenciais que nós temos que tirar aqui dessa conferência é o fim da reforma do ensino médio.

Bom, companheiros, eu vou ser breve aqui para a gente poder avançar. Mas é importante reiterar aqui a nossa principal tarefa dessa conferência, que é o trabalho nas retomadas onde estão os companheiros indígenas, nas universidades, nos locais de trabalho, também nas fábricas, tem muita juventude que infelizmente não conseguiu completar o ensino médio. Então é preciso reunir essas pessoas em comitês de luta, ter uma discussão séria contra o identitarismo, contra a reforma no ensino médio, pela redução da jornada de trabalho para que a juventude possa ingressar de fato no mercado de trabalho e assim a gente levar um movimento da juventude nacional que se una e que consiga se juntar aos trabalhadores do campo, aos sem teto, aos índios. É preciso a gente levar uma luta adiante e conseguir conquistar conquistas importantes do governo Lula.”

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