No último fim de semana, 9 homens e 3 mulheres foram presas ao tentar invadir uma fazenda no estado do Mato Grosso. O local fica a 70 km de Ribeirão Cascalheira, na Região do Araguaia, e está situado a uma distância de 700 km de Cuiabá. As informações são do Portal do Mato Grosso.
O que chamou a atenção da polícia foi a “megaestrutura” que as 12 pessoas tinham, além da insistência em tentar invadir, pela quarta vez seguida, terras na mesma região.
“Com os presos a polícia apreendeu armas, munições, uma carreta, um carro de passeio e dois contêineres refrigerados que seria utilizados como alojamento e farto material de construção que seria empregados na construção das moradias dos ‘sem terra'”.
Uma coisa, no entanto, é ainda mais suspeita: das 12 pessoas presas, duas eram policiais militares
A utilização de policias para se infiltrar nos movimentos de esquerda – os famosos “P2” – e para armarem emboscadas são bastante conhecidas. Nos próximos dias, completar-se-ão dez anos dos atos de junho de 2013, um dos maiores exemplos de como a direita conseguiu se infiltrar em uma manifestação de esquerda para controlá-la “por dentro”. Essa infiltração, que contou em grande medida com um grupo da torcida organizada do Santos, foi toda organizada e planejada pela polícia, em conluio com o governo de São Paulo.
Em ocupações, a infiltração policial também é muito comum. Os agentes são colocados propositalmente não só para recolher informações, como para sabotar os movimentos, disseminando intrigas, ameaçando pessoas e até mesmo destruindo, sorrateiramente, a infraestrutura do local.
Neste caso, ao que tudo indica, o objetivo seria fazer uma invasão, supostamente em nome do MST, que desse motivos para uma perseguição ainda maior contra o movimento. Por exemplo, caso os policiais invadissem o terreno, assassinassem barbaramente um fazendeiro e colocasse a bandeira do MST em algum lugar por perto.
Essa possibilidade é ainda mais concreta na medida em que está em curso uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o MST.