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Vitória do socialismo

Solidariedade médica cubana completa 60 anos

O 60º aniversário da primeira brigada médica cubana. Apesar do bloqueio econômico propagado pelos EUA, os enfermeiros e médicos cubanos continuam em sua luta pela saúde para todos

No dia 23 de maio, Cuba celebrou 60 anos de colaboração médica em 165 nações, onde 605 mil profissionais e técnicos de saúde salvaram vidas, curaram enfermidades, erradicaram doenças e difundiram o respeito pela vida.

A primeira brigada de médicos cubanos partiu para a Argélia, em maio de 1963, com o objetivo de apoiar os esforços do país de se reconstruir após a sua libertação do colonialismo francês. Um dos médicos que participou desse programa, Pablo Resik Habib, destacou que “Agora, quando você diz que esteve em missão, as pessoas entendem o que você quis dizer, tem uma história, uma tradição. Naquele tempo não tinha nada. Nós estávamos tomando o primeiro passo neste sentido, estávamos nos lançando no desconhecido.” Tudo isto constituiu a primeira experiência de internacionalismo na área da saúde após o triunfo da Revolução.

Com apenas três mil profissionais que permaneceram no país após o triunfo revolucionário em janeiro de 1959, a ilha caribenha decidiu empreender um trabalho que continua até hoje com 57 brigadas formadas por 22.632 colaboradores em 57 países de todos os continentes.

É uma tarefa que muitos estão determinados a desprestigiar e desacreditar com mentiras e distorções, apesar do saldo favorável de cada emergência de saúde resolvida, salvando mais de oito milhões de vidas e realizando quase 16.000 intervenções cirúrgicas.

É exatamente a gratidão e a admiração daqueles que recebem essas atenções que são as maiores recompensas para esse “exército de jalecos brancos”, cujo treinamento e princípios estão acima de qualquer gratificação monetária ou compensação material.

Há as missões em países em guerra ou devastados por fortes furacões, terremotos e surtos de ebola, cólera e a latente Covid-19, onde brigadas médicas e o Contingente Internacional Henry Reeve de Médicos Especializados em Situações de Desastres e Epidemias Graves prestaram seus serviços indispensáveis.

Um exemplo disso é a ajuda permanente que há 25 anos vem sendo prestada e continuará beneficiando o povo do Haiti, uma nação que foi atingida por desastres naturais, epidemias e desequilíbrios políticos e sociais e que, mesmo nos momentos mais difíceis, pôde contar com a presença de profissionais de saúde cubanos.

As guerras provocadas pelos EUA após 2001 mataram diretamente pelo menos 906 mil pessoas. Se for analisar as mortes causadas indiretamente, podemos pensar em um número demasiadamente maior e muitos ainda estão sofrendo as consequências das guerras. Enquanto isso, desde o estabelecimento das brigadas internacionais de médicos cubanos, estes já participaram no tratamento de mais de dois milhões de crianças em todo o planeta. Enviando médicos, e não soldados, como Fidel Castro havia dito após terremoto no Haiti.

Além de enviar trabalhadores da saúde para outros países, Cuba também oferece treinamento para pessoas de outros países pertencentes atrasados. Entre 2005 e 2016, aproximadamente 25.000 estudantes passaram por treinamento na Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM) em Cuba. O número fica ainda maior se considerarmos estudantes que vêm de países de alta renda, incluindo os EUA. Neste caso, mais de 27 mil estudantes receberam treinamento da ELAM.

Diferentemente da maioria das faculdades de medicina, a ELAM prioriza a matrícula de estudantes mulheres que têm origens camponesas, operárias e indígenas. Isto garante que os trabalhadores da saúde que se formem na escola entendam as condições as quais os seus pacientes vivem.

Os estudantes da ELAM não são treinados somente nas ciências médicas, mas também estão expostos à ideia de saúde propagada pela revolução. Depois do treinamento, os estudantes são mandados para trabalharem com uma equipe de enfermeiros ao redor do país. Segundo a historiadora americana especializada em America Latina, Helen Yaffe, os estudantes são ensinados a trabalhar de um modo bem diferente dos países imperialistas, dependendo muito pouco de equipamentos de alta tecnologia e com um espírito de camaradagem com a comunidade e com os médicos tradicionais.

Os médicos também são ensinados sobre o potencial revolucionário da medicina e a importância dos trabalhadores da saúde nos movimentos anti-coloniais e anti-imperialista. Por exemplo, este ano, os estudantes da ELAM discutiram o septuagésimo quinto aniversário da Nakba. Assim como, 163 alunos palestinos se formaram na ELAM.

Em 2022, Cuba tinha 9 médicos para cada 1000 pacientes, enquanto nos EUA, este número se reduz a 2.5 para cada 1000 pacientes. A distribuição de trabalhadores da saúde em Cuba é organizada também de forma muito diferente dos países de alta renda. Existe uma rede de clínicas e policlínicas que prestam os serviços fundamentalmente da atenção básica na saúde que estão em toda a ilha e que garantem o seu acesso universal a todos os necessitados, onde quer que se encontrem.

Em comparação com os países desenvolvidos, novamente incluindo os EUA, que estão enfrentando problemas de escassez de médicos, as comunidades que habitam as zonas rurais ou populações que habitam redes urbanas específicas são cortados do atendimento essencial a saúde por causa de déficit de trabalhadores na saúde.

Estamos vivendo um período de déficit de funcionários na saúde, a experiência cubana que constrói a sua própria força trabalhadora de médicos e que a compartilha com os outros países do mundo deveria servir de exemplo para todos. Embora, o imperialismo raramente reconheça os méritos cubanos além da resposta italiana à pandemia de Covid 19.

Entre essas páginas de humanismo, o diretor da Unidade Central de Cooperação Médica, Dr. Michael Cabrera Laza, destacou as 58 brigadas médicas em 42 nações que lutaram contra a Covid-19, uma experiência que, em sua opinião, marcou um antes e um depois na cooperação em saúde que Cuba ofereceu ao mundo.

Com esse amplo endosso, os pedidos de brigadas médicas se sucedem, inclusive para renovar missões concluídas e abrir novas em países desenvolvidos, como Itália, França, Espanha, Portugal, entre outros.

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