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Ambientalismo de ocasião

Sim, a Petrobrás precisa da Foz do Amazonas

Matéria diz que Brasil não precisa do petróleo do extremo-norte, pois já existe o suficente em outras regiões, em vez de somar a jazida ao restante

O petróleo é nosso

Mais um que aparece para dizer que “A Petrobrás não precisa da Foz do Amazonas”. Este, pelo menos, é o nome da matéria assinada por Vinicius Konchinski e publicada no Brasil de Fato.

Esse argumento não é novo, apareceu no Estado Novo, na década de 1940, e é apenas uma variação de todas as críticas que já foram feitas. Na época de Getúlio Vargas, quem comandava a campanha contra o petróleo brasileiro eram as Sete Irmãs: Royal Dutch Shell, Anglo-Persian Oil Company, Esso, Mobil, Texaco, Chevron e Gulf Oil.

Esse cartel petrolífero pagou a imprensa burguesa para perseguir Monteiro Lobato, um árduo defensor da exploração do petróleo. Lobato chegou a ser preso e a perseguição contra esse grande escritor perdura até hoje.

ONGs e imprensa

Se, antes, o trabalho sujo era feito principalmente pela grande imprensa, atualmente essa tarefa é dividida com ONGs, quase sempre financiadas pela CIA. Antes, não se deveria explorar petróleo porque era pouco, ou então muito caro, melhor comprar de fora. Hoje, segundo a matéria de Konchinski, não precisa, já tem muito em outras partes e, parece, é o que dizem, o petróleo pode ficar obsoleto.

No artigo, Vinicius Konchinski reclama da decisão do presidente da Petrobrás Jean-Paul Prates recorrer da decisão do Ibama de negar licença para a empresa estudar a região, e que “iniciativa que vem sendo criticada por ambientalistas”. Mas isso já era esperado. Esses ‘ambientalistas estão por toda parte, e não apenas no Brasil. Na Nicarágua são contra a construção de um canal que ligue os oceanos Atlântico e Pacífico. Por aqui, não querem hidrelétricas, não querem uma estrada que integre a Brasil, Argentina, Paraguai e Chile: o corredor bioceânico. Não se pode fazer nada. Voltaremos à Idade da Pedra.

A quem interessa que a América Latina não se desenvolva? Ao imperialismo, por isso financiam tantas ONGs e ‘ambientalistas’.

As reservas de petróleo

Como a matéria diz, a região pode guardar algo em torno de 30 bilhões de barris de petróleo. Sem falar do gás natural. O que faria o Brasil saltar de oitavo para o quarto maior produtor do mundo.

Maliciosamente, o autor diz que “uma das maiores petroleiras do mundo, a Petrobras está de olho nessas reservas”, como se fosse um problema de cobiça.

Para sustentar seu ponto de vista, Konchinski recorre a um especialista, Mahatma dos Santos, que “ponderou que a Margem Equatorial não é a única alternativa brasileira ao pré-sal”, e que “geólogos já apontam que outras áreas no país podem ser estudadas e eventualmente exploradas”. Ora, tanto melhor. Se temos ainda mais petróleo, podemos explorar também essas novas reservas.

A desculpa para não se prospectar na Foz do Amazonas é que as outras áreas não estariam “numa região tão ambientalmente sensível como às vizinhas à Amazônia”. Ocorre que a Petrobrás é referência mundial em perfuração em águas profundas e ultra profundas. Nunca teve um acidente de vazamento. Não bastasse isso, na vizinha Guiana, o petróleo já vem sendo explorado.

Não faz sentido dizer que “Diversos geólogos falam da potencialidade do litoral da região Nordeste do Brasil: da Bacia de Jacuípe, na Bahia, e também da Margem Leste brasileira, que se estende do Norte do Espírito Santo até mais ou menos o Rio Grande do Norte”, disse ele. “Essa [Margem Leste] é uma área com baixo conhecimento geológico, que precisa ser estudada”. Uma coisa não exclui a outra, é apenas uma amostra do imenso potencial brasileiro que, por conta disso, é alvo da cobiça do grande capital estrangeiro.

A farsa da “transição energética”

Konchinski pede auxílio de outro especialista, Pedro Côrtes, para dizer que a Petrobrás precisa começar a pensar no futuro, quando acabar o petróleo. E lembrou que no ano passado a Petrobrás lucrou R$ 188 bilhões e esse dinheiro ficou nas mãos dos acionistas. Sem dúvida se trata de um problema. A esquerda, porém, não pode se contentar a ficar apenas na constatação. É preciso denunciar a rapinagem, lutar para que a Petrobrás e o petróleo sejam 100% nacionalizados. Não podemos usar um dado como desculpa para a paralisia.

Segundo Pedro Côrtes, a “a Petrobras deveria converter-se em uma grande empresa de energia, inclusive elétrica. Assim, a companhia dependeria cada vez menos da prospecção e exploração de novos campos de petróleo e, ainda por cima, atenderia uma demanda crescente de consumo local: eletricidade”. Aqui encontramos outro erro grosseiro, vender a ideia de que o petróleo seja apenas uma fonte de energia, se esquecem de todos os seus derivados que compõem praticamente a totalidade produtos dos quais necessitamos.

O texto segue dizendo que “O professor vê uma série de alternativas à empresa: painéis solares, energia eólica (a vento), biocombustíveis, hidrogênio verde, entre outras”. E temos que dizer que isso não passa de uma troca de carbono por outra. Os painéis solares dependem da mineração de quartzo, da transformação do silício que só é possível a altíssimas temperaturas. Há uma grande utilização de petróleo e impactos ambientais na produção das placas solares que nunca são computadas pelos defensores das “energias renováveis”.

A energia eólica, quando em alto-mar, prejudica a pesca, pois os cabos submarinos impedem o uso de redes e comunidades de caiçaras inteiras ficarão sem sustento. O vento é instável, nem sempre se pode utilizar direto nas redes e para armazenar a energia, muitas vezes, se utilizam bancos de baterias que são outro problema ecológico. Os tais carros elétricos estão utilizando baterias de lítio, altamente tóxicas, e seus usuários, por exemplo na Europa, recarregam suas baterias plugando seus cabos em tomadas alimentadas por termelétricas movidas a carvão, altamente poluente.

Conforme o artigo, “Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), afirmou que o investimento em petróleo e na produção de combustíveis fósseis não faz sentido no contexto de aquecimento global e mudanças climáticas”. O problema é que o tal ‘aquecimento global’ já foi desmascarado e por isso tiveram que rebatizá-lo para ‘mudanças climáticas’. A ‘transição energética’ se mostrou uma fábula quando a Europa ficou sem gás natural da Rússia.

As grandes potências, que não param de falar em transição energética, fontes renováveis, sustentáveis; e que sancionam os países atrasados que ‘não cuidam do meio ambiente’, estão neste exato momento explorando petróleo bem perto da Foz do Amazonas e onde mais encontrarem.

É preciso entender a importância de explorarmos as nossas riquezas e desenvolvermos a nossa economia e a vida do povo. Não temos que cair nessa conversa mole do tal Bocuhy de que “Estamos perdendo tempo. Estamos reeditando certos modelos econômicos que não funcionam mais neste atual contexto civilizatório”. O que há de civilizatório em deixar milhões de pessoas na pobreza enquanto temos um enorme potencial a ser explorado?

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